Washington – Centenas de milhares de imigrantes e simpatizantes realizaram ontem um dia de protesto nos EUA contra um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados que tornaria os imigrantes ilegais criminosos. Segundo informações não confirmadas, a maioria dos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais obedeceu ao protesto e não foram ao trabalho, ou à escola, ou às compras, como um meio de demonstrar o poder econômico dos imigrantes. Muitas lojas e empresa fecharam voluntariamente para evitar distúrbios durante o protesto, batizado de "um dia sem imigrantes".

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A polícia de Chicago disse que cerca de 300 mil pessoas participaram da manifestação. Em Los Angeles, mais de 1 milhão de pessoas participaram em duas marchas. Grandes manifestações ocorreram em Houston, Denver, New Orleans e muitas outras cidades.

Na Cidade de Nova York, manifestantes formaram uma corrente humana em vários pontos da cidade. Centenas de pessoas deram as mãos por três quarteirões no Queens, levando bandeiras dos EUA e cartazes dizendo "somos americanos" e "direitos totais para todos os imigrantes".

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Uma pesquisa da rede NBC/ Wall Street Journal indicou na semana passada que 68% dos americanos são a favor de outro projeto de lei, promovido pelo Senado, que permitiria à maioria dos imigrantes ilegais – cerca de 7 milhões –, que estão há mais de cinco anos nos EUA, obter a cidadania. No entanto, a mesma pesquisa mostrou que apenas 17% dos americanos acham que a greve de um dia ajudará a causa dos imigrantes. Entre os entrevistados, 57% acham que a paralisação somente a prejudicará.

Os imigrantes ilegais têm um papel fundamental na economia americana, em sua maioria trabalhando em empregos de baixa remuneração na agricultura, construção, restaurantes, como empregadas domésticas, jardineiros, etc. Um recente estudo da Federação Americana de Agricultores indicou que a adoção de medidas duras contra o trabalho dos imigrantes ilegais produziria perdas na agricultura americana de entre US$ 5 milhões e US$ 9 milhões entre o primeiro e o terceiro ano.

Cerca de 7,2 milhões de imigrantes ilegais trabalham nos EUA, representando 4,9 da força de trabalho, indicou uma pesquisa recente do Centro Hispânico Pew.

Opositores à imigração ilegal passaram o fim de semana construindo uma cerca para simbolizar seu apoio a uma fronteira segura. Cerca de 200 voluntários organizados pelos Minutemen da Califórnia - um grupo de vigilantes que busca evitar a imigração ilegal - construíram uma cerca de arame farpado de 2 metros de altura ao longo de meio quilômetro perto da fronteira entre o México e os EUA, cerca de 80 quilômetros a leste de San Diego.