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Crise

Diálogo em Honduras corre risco, apesar de esperança da OEA

As esperanças de um acordo para superar a crise de Honduras se diluíram nesta quinta-feira, segundo dia de negociações mediadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA), diante da resistência do governo de facto em permitir a volta ao poder do presidente deposto Manuel Zelaya.

Horas antes de deixar Honduras, a delegação de chanceleres da OEA divulgou uma insípida declaração em que manifesta "esperança" com o processo iniciado na véspera.

Zelaya tem apoio da comunidade internacional para voltar ao poder, e a relutância do governo de facto já levou a um isolamento internacional de Honduras e à suspensão de algumas fontes de ajuda financeira.

"A missão de chanceleres ficou um pouco surpresa, porque na reunião (prévia) com os negociadores havia esperança", disse à Reuters Victor Rico, secretário de Assuntos Políticos da OEA.

A insistência de Micheletti aumentou a aberta desconfiança com que os representantes de Zelaya encaram o processo de negociação.

"Foram iniciadas negociações para restabelecer o presidente Manuel Zelaya Rosales, mas o governo golpista não tem nenhum interesse em lhe devolver o poder. É só palha. Hoje não chegamos a nada", disse o representante de Zelaya, Juan Barahona, um dirigente sindical, diante de cerca de 200 simpatizantes reunidos nos arredores do hotel onde ocorrem as negociações.

Zelaya, deposto em 28 de junho depois de tentar alterar a Constituição para disputar um novo mandato, voltou clandestinamente do exílio e desde então está abrigado na embaixada do Brasil, que permanece sob cerco militar. O governo de facto diz que ele deve ser preso por traição.

O ceticismo com a negociação era notório no hotel, onde predominavam as caras de preocupação entre os chanceleres que integram a missão da OEA. Mas a declaração final da missão pelo menos deu conta do desejo de que o processo leve a uma solução.

"A missão da OEA está convencida de que o diálogo iniciado (...) pode conduzir à superação da crise", disse Bruno Stagno, chanceler da Costa Rica, ao ler nota da missão da OEA.

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