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Khaled Meshaal, líder do Hamas, movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza | Khaled Al-Hariri/ Reuters
Khaled Meshaal, líder do Hamas, movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza| Foto: Khaled Al-Hariri/ Reuters
  • Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina e integrante do Fatah

São Paulo - O diálogo para a reconciliação dos grupos palestinos começa amanhã, no Cairo, antecedido por uma reunião preparatória a ser realizada hoje.

As conversas devem reunir, entre outros, o movimento islâmico Hamas – cujo líder é Khaled Meshaal –, que controla a Faixa de Gaza, e o grupo palestino do Fatah, responsável pela Cisjordânia e ao qual pertence o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas.

A mediação do diálogo, que deveria ter ocorrido nos dias 10 e 11 de novembro do ano passado caso o Hamas não tivesse desistido de última hora, ficará a cargo das autoridades egípcias.

Na reunião preparatória de hoje, estará presente o número dois do Hamas, Moussa Abu Marzuk, que chega ao Cairo vindo de Damasco, segundo informações divulgadas pela rede de TV Al Jazeera.

De acordo com fontes próximas às conversas, Marzuk se reunirá com o ex-primeiro-ministro da ANP Ahmed Qorei, com quem se encontrou, em 13 de fevereiro, num primeiro contato entre representantes dos dois grupos em muitos meses.

O diálogo entre os cerca de dez grupos palestinos, incluindo o grupo extremista palestino Jihad Islâmica, próxima do Hamas, acontece em meio a fortes diferenças em relação à ultima ofensiva israelense em Gaza.

Sobre as conversas, Marzuk afirmou à Al Jazeera que tentará dialogar sobre os temas pendentes "de forma sábia e objetiva".

O Egito e os representantes da União Europeia consideram a reconciliação das forças palestinas vital para o avanço do processo de paz no Oriente Médio.

Na segunda-feira, o Hamas acusou a ANP de ter espionado seus ativistas em favor de Israel durante o conflito em Gaza e de utilizar o Google Earth, programa gratuito para visualização virtual do mundo com imagens em 3D, para localizar alvos.

"Oficiais e membros dos serviços de segurança de Ramallah encarregaram seus agentes (em Gaza) de vigiar os movimentos da resistência", afirmou em uma entrevista coletiva em Gaza o porta-voz do ministério do Interior do Hamas, Ihab al Ghosein.

"Essas informações foram enviadas a Ramallah (sede da Autoridade Palestina) e depois transmitidas ao inimigo (Israel), que escolheu alvos baseado nas informações recebidas antes e durante a guerra", acrescentou o porta-voz.

Na entrevista, foram exibidos vários vídeos que mostravam "confissões" de homens que diziam ser membros do Fatah. Segundo um dos principais diretores dos serviços de inteligência do Hamas em Gaza, Abu Abdallaha, vários mapas, realizados principalmente com a ajuda do programa Google Earth, foram transmitidos para localizar com precisão vários alvos depois atacados pela aviação israelense.

De acordo com a fonte, as coordenadas de esconderijos de armas em Beit Hanun (norte da faixa de Gaza) foram transmitidas, assim como plantas da residência do primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh.

A ofensiva israelense durou 22 dias e matou cerca de 1,3 mil palestinos. O objetivo declarado era reduzir ao mínimo os disparos de foguetes palestinos contra Israel.

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