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A Venezuela colocou em marcha uma operação especial para facilitar a emissão do seu principal documento de identidade, antes do referendo sobre a disputa com a Guiana por um território de quase 160 mil quilômetros quadrados, que será realizado no próximo domingo (3), informou o ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz, Remigio Ceballos, nesta terça-feira (28).
Em sua conta no X (antigo Twitter), o ministro indicou que mais de 100 gabinetes do Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Estrangeiros (Saime) foram habilitados em todo o país para “facilitar a emissão da carteira de identidade, único documento legal obrigatório para votar”.
Ceballos destacou que esta operação foi uma ordem do ditador Nicolás Maduro, que garantiu a abertura dos novos escritórios para que os venezuelanos maiores de 18 anos “obtenham seu documento de identidade" e possam participar da consulta.
Por outro lado, o líder chavista assegurou que “qualquer carteira de identidade, mesmo que esteja vencida, pode ser utilizada para votar sem problemas” no referendo, que irá consultar os cidadãos sobre cinco pontos, incluindo a anexação do território disputado ao mapa venezuelano, por meio da criação de um estado chamado Guayana Esequiba.
Maduro disse na segunda-feira (27) que, no próximo domingo (3), o povo “terá nas mãos a possibilidade de fazer justiça histórica e de expressar a sua vontade e sua soberania” na consulta, para a qual o governo está desenvolvendo uma campanha com shows, mobilizações, distribuição de folhetos e propaganda nas redes sociais.
A Guiana, por sua vez, disse recentemente que a Venezuela usa o referendo como uma “distração dos seus problemas internos, como a fome, da qual as pessoas fugiram”.
Além disso, Georgetown promove uma campanha nacional de educação e conscientização sobre a disputa, como “uma das formas mais poderosas de superar a situação atual”, segundo o governo da Guiana.
Segundo o jornal venezuelano Efecto Cocuyo, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) anunciou que, nesta sexta-feira (1º), se pronunciará sobre o pedido de medidas provisórias da Guiana contra o referendo consultivo no território de Essequibo, enviado ao tribunal no início deste mês.
Na solicitação de interferência da corte internacional, foi pedido "urgência do assunto", para que o referendo marcado pela ditadura de Nicolás Maduro para o dia 3 de dezembro na Venezuela fosse totalmente suspenso.