O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse, nesta terça-feira (22), ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que seus países têm o mesmo inimigo.
"Tanto Rússia como Cuba estão sujeitas a sanções (...) que procedem e têm origem no mesmo inimigo, o império ianque, que também manipulou uma parte importante do mundo", declarou Díaz-Canel no início de sua reunião com Putin no Kremlin.
Diaz-Canel, que chegou à Rússia como parte de uma viagem internacional, descreveu as sanções contra os dois países como "injustas" e "arbitrárias".
"A Rússia sempre pode contar com Cuba", afirmou, declarando-se admirador da "liderança" do chefe do Kremlin.
Nesse sentido, enfatizou que o governo cubano sempre condenou as sanções impostas a Moscou pelo Ocidente devido à sua campanha militar na Ucrânia.
"Nosso primeiro compromisso tem sido continuar defendendo a posição da Federação Russa diante desse conflito que, entendemos, foi criado e tem sua origem lamentavelmente manipulada pelo governo dos Estados Unidos perante a opinião pública internacional", comentou Diaz-Canel.
Por isso, para evitar manipulações, pediu a divulgação do discurso de Putin em setembro, quando quatro regiões ucranianas foram anexadas à Rússia, que considerou “um pensamento muito bem estruturado”.
"Há muito tempo você vinha alertando o mundo que o avanço da Otan em direção às fronteiras russas era inadmissível. Os EUA manipularam aquela situação, tentaram encontrar na guerra, como sempre fazem nas guerras extraterritoriais (...), a possibilidade de emergir como o grande solucionador de problemas", declarou Diaz-Canel.
O dirigente cubano, que posteriormente se deslocará à Turquia e à China, transmitiu a Putin as saudações do ex-ditador de Cuba, Raúl Castro.
Por sua vez, Putin também lembrou que Moscou sempre se opôs ao embargo contra a ilha e apoiou seu governo em todos os tipos de situações no cenário internacional.
"Tudo isso é fruto da tradicional amizade que foi cimentada pelo camarada Fidel Castro", afirmou.
Putin defendeu ainda que os dois países reforcem a cooperação e lembrou que seus governos traçaram planos para o desenvolvimento das relações até 2030.
O governante russo, que inaugurou hoje uma estátua de Fidel Castro em Moscou, também recordou os encontros que teve com o líder revolucionário cubano entre 2000 e 2014.
“É o símbolo de toda uma época, a época do movimento de libertação nacional, do fim do sistema colonial e da criação dos nossos Estados independentes e soberanos na América Latina e na África”, opinou.