A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirmou que nem a chegada ao poder do presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que assumiu em abril de 2018 substituindo Raúl Castro, nem a nova constituição, promulgada em abril passado, favoreceram a democracia ou o respeito aos direitos humanos no país. As conclusões são de um relatório feito com dados de 2018 e apresentado na terça-feira (18) em Miami, Estados Unidos, segundo a agência de notícias EFE.
Após a apresentação do relatório anual, a relatora de Cuba na CIDH, Antonia Urrejola, disse que persistem as mesmas demandas que este organismo da Organização dos Estados Americanos (OEA) faz há décadas. O embaixador dos Estados Unidos na OEA, Carlos Trujillo, afirmou que a ilha "nunca poderá se incorporar a este sistema interamericano, que se baseia nos princípios de direitos humanos e democracia".
A CIDH apontou que as vozes contrárias ao governo acabam sendo suprimidas frente à existência de um partido único, e que limitações a direitos fundamentais continuam acontecendo, como a proibição de associação com fins políticos e arbitrárias restrições à liberdade de expressão.
Ainda, o organismo disse que persiste a "perseguição seletiva e deliberada contra jornalistas que difundem informações e opiniões sobre temas de interesse público que o Estado considera contrárias ao seu discurso" e adverte "com preocupação uma intensificação dos processos de criminalização de ativistas".
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