O que ela disse
"O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros."
"O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título."
"Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as consequências da crise, todos têm o direito de participar das soluções."
"Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres."
"Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados."
Discurso reflete a posição da maioria
As declarações da presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU sobre a criação do Estado palestino ecoaram a opinião da maioria dos 193 países da organização. "O posicionamento nesse tipo de questão mostra que o Brasil é um player global, que não se preocupa somente com questões locais", analisa o professor Mario Sergio Lepre, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR.
Para Obama, paz não virá com uma resolução da ONU
Em discurso ontem na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que os palestinos merecem o reconhecimento de Estado, mas disse que isso só será alcançado por meio de negociações com Israel.
A presidente Dilma Rousseff abriu ontem a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Em seu discurso, procurou falar de tópicos relevantes para o cenário mundial e foi do Estado palestino cuja criação apoia às questões climáticas, abordando também os percalços econômicos que o mundo tem enfrentado.
A certa altura, depois de saudar a presença do Sudão do Sul, que estreou ontem na ONU como Estado independente, Dilma lamentou não poder fazer o mesmo com a Palestina.
"O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título", disse Dilma, deixando clara a posição do Brasil.
Nos bastidores, Estados Unidos comandam as negociações para evitar uma crise diplomática ligada ao pedido de adesão dos palestinos à ONU (leia sobre a posição de Obama na página 27).
"O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional", disse Dilma. "Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia como deve ser."
Por tradição, o Brasil inaugura os debates anuais da Assembleia Geral da ONU, daí Dilma ter sido a primeira chefe de Estado a falar na tribuna diante dos líderes mundiais reunidos em Nova York. Essa também foi a primeira vez que uma mulher abriu a sessão, o que foi lembrado por Dilma, com "orgulho" e "humildade" .
Ao se referir à crise econômica mundial, tema ao qual dedicou boa parte do discurso, a presidente declarou que não é por falta de recursos financeiros que os líderes mundiais não encontraram solução para os problemas, mas por falta de recursos políticos e "clareza de ideias".
"O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise a do desemprego se amplia", disse.
Segundo Dilma, o governo brasileiro está pronto para ajudar os países em dificuldade naquilo que considera uma "oportunidade histórica": a cooperação inédita entre as nações emergentes e as desenvolvidas.
A ajuda do Brasil seria em áreas como segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome. Esta, na opinião da mandatária, é a "melhor política de desenvolvimento".
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