A viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, programada para outubro, dependerá do relatório que será apresentado pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, que na semana passada foi para Washington pedir explicações sobre a suposta rede de espionagem americana.
O porta-voz da presidência, Thomas Traumann, desmentiu no Twitter do Palácio do Planalto que Dilma tenha cancelado a viagem aos EUA e explicou que uma decisão só será tomada após uma reunião com Figueiredo, ainda sem data definida.
O chanceler se reuniu na última quarta-feira em Washington com a Assessora de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, para tratar da suposta espionagem sofrida por Dilma e pela Petrobras. Após a reunião, o chanceler disse que as conversas sobre o caso de espionagem continuam.
"A conselheira de Segurança Nacional [Susan Rice] transmitiu ao ministro Figueiredo que os Estados Unidos compreendem que as recentes revelações à imprensa, das quais algumas têm distorcido as nossas atividades e outras têm gerado questões legítimas pelos nossos amigos e aliados, criam tensões na muito estreita relação com o Brasil", diz o texto da Presidência.
De acordo com a nota, os Estados Unidos se comprometeram a trabalhar em parceria com o Brasil para resolver o assunto. Há cerca de dez dias, Dilma e o presidente dos EUA, Barack Obama, conversaram reservadamente sobre o assunto durante a cúpula do G20.
Documentos entregues pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden ao jornalista Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian, revelam que o serviço de inteligência americano espionou telefonemas e e-mails de Dilma.
Outros documentos indicam que a Petrobras também foi alvo da NSA. Depois das denúncias, a presidente cancelou a viagem de uma missão diplomática que prepararia sua visita à capital americana, programada para 23 de outubro.