O governo brasileiro ainda tenta articular uma reação à carta de Edward Snowden em que o ex-agente da CIA se dispõe a cooperar com investigações brasileiras sobre a ação da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, ou seja, National Security Agency, na sigla em inglês) no Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, irá se encontrar nesta terça-feira, 17, com a presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto.
A avaliação, tanto no Itamaraty quanto no Palácio do Planalto, é de que a intenção de Snowden é incerta e a situação, confusa. No seu texto, o ex-agente apenas fala que, enquanto não tiver um local de asilo permanente sua atuação é limitada e não poderá cooperar com as investigações feitas pela CPI do Congresso que investiga a ação da NSA.
O jornalista britânico Glenn Greenwald, que revelou as informações coletadas por Snowden e que é seu maior interlocutor afirmou, por meio de sua conta no microblog Twitter, que a carta não é um novo pedido de asilo. "Esse não é a questão central da carta. A questão é que ele ainda tem um pedido pendente de asilo", afirmou.
O pedido de asilo a que Greenwald se refere foi entregue na embaixada brasileira em julho, e também a mais de 20 outros países. De acordo com o Itamaraty, o pedido foi feito em nome de Snowden pela seção russa da Anistia Internacional. Tecnicamente, não teria validade.
Na época, o governo brasileiro recusou-se a responder e não disse nem que sim, nem que não. Fontes do Itamaraty avaliam que "está no ar" que Snowden quer o asilo no Brasil e a carta foi uma sondagem. O governo também espera um aumento da pressão para que o asilo seja concedido. Ainda assim, a avaliação é que hoje, tecnicamente esse pedido não existe.
A resposta brasileira deve sair depois da conversa entre Figueiredo e a presidente. Até agora, ninguém no governo sabe o que fazer com o suposto pedido de asilo do ex-agente da CIA.
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