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crise política

Dilma diz que país pode sofrer sanções e expulsão

“Há previsão de sanção para quem não cumprir os princípios que caracterizam uma democracia.” Dilma Rousseff, presidente do Brasil | Ueslei Marcelino/Reuters
“Há previsão de sanção para quem não cumprir os princípios que caracterizam uma democracia.” Dilma Rousseff, presidente do Brasil (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rous­­seff voltou a fazer ameaças de sanções ao Paraguai ontem, enquanto a situação no país vizinho não estava definida. O impeachment contra o presidente Fernando Lugo ainda não havia sido votado quando Dilma falou na Rio+20.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem, antes de discursar na sessão de encerramento da Conferência das Nações Unidas sobre­­ Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Dilma repetiu que­­ o Mercosul e a União das­­ Nações Sul-Americanas (Una­­sul) são organizações que têm cláusulas em seus estatutos exigindo o respeito às regras democráticas.

"Há previsão de sanção para quem não cumprir os princípios que caracterizam uma democracia", disse Dilma. Para ela, o Paraguai vive uma "situação complicada".

Indagada sobre qual seria a sanção para o Paraguai, ela preferiu responder de maneira genérica. Disse que para um país que transgride a cláusula de democracia a sanção é a "não participação dos órgãos multilaterais". Ou seja, a expulsão do Mercosul e da Unasul.

A presidente comandou desde ontem de manhã uma reação dos países latino-americanos contra a deposição de Fernando Lugo. Em conversas reservadas no governo brasileiro, o impeachment de Lugo é tratado como golpe.

"Golpe"

O secretário-geral da Una­­sul, Ali Rodríguez Araque, afirmou à BBC Brasil que a comunidade sul-americana está diante de uma "situação de fato, de um golpe de Estado".

O venezuelano concedeu a entrevista pouco antes da decisão do Senado paraguaio de cassar o mandato do presidente Fernando Lugo.

A Unasul avalia que não foi respeitado o devido processo legal para que Lugo pudesse se defender das acusações e que a democracia no país está ameaçada.

"Uma situação de fato, um golpe de Estado", afirmou Rodríguez Araque em entrevista por telefone.

A missão de chanceleres da Unasul, que inclui o ministro Antonio Patriota, se reuniu com senadores do Partido Colorado, com a Presidência do Congresso do Paraguai e com o vice-presidente Federico Franco, do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico).

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