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G20

Dilma e Obama se encontram após suspeita de espionagem

Dilma conversa com Obama durante a cúpula do G20: foi o primeiro encontro após denúncias de espionagem no Brasil | Pablo Martinez Monsivais/Reuters
Dilma conversa com Obama durante a cúpula do G20: foi o primeiro encontro após denúncias de espionagem no Brasil (Foto: Pablo Martinez Monsivais/Reuters)

A presidente Dilma Rou­s­seff e seu colega americano, Barack Obama, encontraram-se a sós ontem, após a abertura da cúpula do G20, o grupo de maiores economias do mundo, em São Petersburgo (Rússia). O teor da conversa não foi divulgado pelos governos. Antes, porém, assessores da Casa Branca haviam dito que os Estados Unidos buscariam diálogo com o Brasil após a suspeita de que a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) monitorou as comunicações de autoridades do país, incluindo Dilma.

"Vamos trabalhar com os brasileiros para que eles tenham uma melhor compreensão do que fazemos e do que não fazemos, assim podemos entender as suas preocupações", disse Ben Rhodes, vice-conselheiro de Segurança Nacional para Comunicações Estratégicas.

Em conversa com jornalistas no avião presidencial a caminho de São Petersburgo, Rhodes disse que os EUA reconhecem a importância dessa questão para os brasileiros. Dilma cancelou a ida a Washington da equipe que faria a preparação de sua viagem aos EUA, marcada para outubro.

O assessor de Obama res­saltou que o foco agora é mostrar aos brasileiros a "natureza" das ações de inteligência americanas. "Nós fazemos nossa inteligência exatamente como qualquer outro país ao redor do mundo", afirmou Rhodes.

"Terrorismo"

Na abertura do G20, o escândalo provocado pelas suspeitas de monitoramento de e-mails, navegação de internet e ligações telefônicas de Dilma pelo NSA gerou controvérsia internacional, após o porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, comparar a espionagem americana a atos de "terrorismo". A declaração não foi chancelada pelos outros governos do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido como Brics.

"Os Brics expressaram des­contentamento com o fato de que a espionagem digital foi usada para espionar assuntos internos dos Brics", afirmou o assessor de imprensa da presidência da Rússia, Dmitri Peskov, no mesmo momento em que os presidentes e primeiros-ministros estavam reunidos em cúpula no Palácio Constantino. "Os líderes dos Brics consideram que esse tipo de ação é similar a terrorismo."

Peskov fez a declaração ao relatar o encontro entre Dilma e os colegas de Brics, antes da abertura oficial do G20. Em seguida, questionado por jornalistas brasileiros, o porta-voz russo reiterou que o caso de espionagem americana é uma "ameaça à liberdade da internet".

Snowden faz nova revelação sobre agências

Agências de inteligência dos Estados Unidos e do Rei­no Unido conseguiram de­codificar parte da cripto­grafia de centenas de milhões de pessoas que protegem a privacidade de seus dados pessoais na internet, em transações on-line, serviços bancários, registros médicos e e-mails, de acordo com documentos revelados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden aos jornais The New York Times e The Guardian.

Muitos usuários acreditam – ou ouvem promessas de empresas de internet – que seus dados estão a salvo de espionagem, incluindo governamentais, por meio da criptografia. Mas os novos dados divulgados ontem mostram que a Agência de Segurança Nacional (NSA, em sua sigla em inglês) e sua equivalente no Reino Unido adotaram métodos como uso de supercomputadores e ordens judiciais para minar as principais ferramentas que protegem a privacidade das comunicações cotidianas.

O objetivo é um ataque sistemático e contínuo no que eles consideram como uma das maiores ameaças à capacidade de acessar enormes faixas de tráfego de internet – "o uso de criptografia onipresente".

Segurança

O desbloqueio foi confirmado pela primeira vez por um documento secreto que mostra que a agência conseguiu obter sua própria versão de um projeto do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, aprovado para uso em todo o mundo em 2006.

Desde 2000, quando ferramentas de criptografia passaram gradualmente a serem adotadas na web, a NSA investiu bilhões de dólares em uma campanha clandestina para preservar a sua capacidade de espionagem.

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