Em meio à grave crise interna, a presidente Dilma Rousseff aproveitará a mobilização de todos os Estados-membros da ONU em torno dos objetivos de desenvolvimento sustentável, para ressaltar conquistas sociais de seu governo em discurso na Assembleia-Geral, em Nova York, na próxima segunda (28).
A abordagem do tema por Dilma no palanque da ONU não é exatamente uma novidade. No discurso do ano passado, ela já havia destacado que 36 milhões de brasileiros tinham deixado a miséria desde 2003. “Vinte e dois milhões somente no meu governo”, disse, na ocasião. Em 2013, a cifra do Plano Brasil sem Miséria já havia sido citada.
A erradicação da pobreza e da fome estarão entre os 17 objetivos traçados na véspera por todos os países que integram o sistema da ONU.
A presidente deverá ainda reforçar no discurso -- que abre a reunião anual da Assembleia -- o compromisso para reduzir emissões de gases do efeito estufa que o Brasil levará para a Conferência do Clima de Paris, em dezembro.
A expectativa é que ela apresente no domingo (27), durante a cúpula sobre objetivos de desenvolvimento sustentável, o pacote de propostas chamado INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida).
Ainda não está claro, contudo, se o governo estipulará uma meta numérica de redução de emissões em seu pacote.
Até agora, a presidente tem ressaltado as metas voluntárias assumidas em 2009, com corte de emissões de 36% a 38% até 2020 -- em relação a projeções num cenário sem cortes --, e compromissos acertados em declarações bilaterais com os EUA e a Alemanha, como zerar o desmatamento ilegal até 2030.
Refugiados
Dilma deverá dedicar boa parte de seu discurso deste ano à crise dos refugiados, destacando, por exemplo, a decisão tomada pelo Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) nesta segunda (21) de prorrogar as regras que flexibilizam o ingresso de sírios no Brasil.
Desde setembro de 2013, foram emitidos mais de 7.700 vistos especiais para pessoas fugindo da guerra no país.
A presidente deve repetir que o Brasil está aberto para acolher refugiados e ressaltar a tradição do Brasil em receber imigrantes.
É esperado ainda que ela fale sobre a necessidade de uma resposta urgente da comunidade internacional, em especial da ONU, à tragédia humanitária envolvendo as centenas de milhares de refugiados que se arriscam no Mediterrâneo para tentar chegar à Europa.
Como é de praxe, a presidente defenderá mais uma vez a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU, para que se torne mais representativo.
O Brasil, que almeja uma vaga permanente no Conselho, lidera com a Alemanha, o Japão e a Índia as discussões sobre a ampliação. O aniversário de 70 anos da ONU, celebrado neste ano, é colocado como uma “ocasião propícia” para fazer avançar o tema.
A preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, também estará presente no discurso.
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