A presidente Dilma Rousseff desembarcou ontem em Ufá, na Rússia, onde participará até amanhã da reunião da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Depois do jantar que abriu a sétima cúpula dos Brics, com todos os líderes do grupo, Dilma se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin.
Dilma sugeriu a participação de empresas russas no plano de investimentos do governo brasileiro, enquanto Putin destacou um possível uso das moedas nacionais em transações. Não houve declaração conjunta.
O cenário para os Brics não é bom: crise econômica na Rússia e no Brasil e, agora, uma turbulência na China. Apesar disso, Dilma tentou mostrar otimismo. “O Brasil tem agora uma oportunidade ímpar com seu plano de investimentos em logística, com a entrada de empresas russas que são especialistas em portos e ferrovias”, disse.
Putin destacou a queda nas relações comerciais no primeiro trimestre entre os dois lados, mas disse apostar na retomada do crescimento ocorrida no ano passado, de 15%, segundo ele.
Dilma, por sua vez, ressaltou a necessidade de atingir a meta de US$ 10 bilhões nas trocas comerciais — no ano passado, esse valor foi de US$ 6,8 bilhões.
A mídia russa destaca que a Russian Railways, maior empresa de ferrovias do país, está interessada em projetos no Brasil por meio do Novo Banco de Desenvolvimento, criado para funcionar a partir do ano que vem. Por enquanto, o discurso de implementação do banco virou a principal bandeira do encontro. O banco começará com um capital de US$ 50 bilhões, podendo chegar a US$ 100 bilhões.
Ontem, os bancos centrais dos Brics assinaram um acordo sobre as condições para a ativação de um Fundo de Reservas Comum, dotado com US$ 100 bilhões, que serão destinados a ajudar seus membros no caso de uma crise mundial.
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