Nove presos
Espanha e Marrocos desarticulam suposta organização terrorista
Agência O Globo
Uma suposta organização terrorista vinculada ao Estado Islâmico foi desarticulada nas cidades de Melilla, na Espanha, e Nador, no Marrocos, informaram fontes antiterroristas e o Ministério do Interior espanhol. Os agentes detiveram na quinta-feira à noite nove pessoas, um espanhol e oito marroquinos, incluindo recrutadores e refugiados, mas não há informações se eles estavam de partida para a Síria e Iraque, ou retornavam.
O espanhol preso foi apontado como o líder do grupo. Ele é irmão de Zakaria Mohamed Said, um ex-soldado espanhol que deveria lutar no Mali e supostamente estava ensinando o manejo de armas e explosivos aos detidos. Said teria se unido ao grupo terrorista Muyao (Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental), braço da Al-Qaeda, em 2012 e agora pode estar nas fileiras do Estado Islâmico. A prisão do ex-militar foi requisitada pelo Marrocos.
A operação policial, que começou em maio, ainda está em andamento e é realizada em um dos pontos de envio de jihadistas para áreas de conflito, além de amplamente usadas pelos recrutadores. Com esta, já são 20 ações realizadas pela Espanha (isoladamente ou em conjunto com outros países) contra o extremismo. Ao todo, mais de 60 pessoas foram presas suspeitas de terrorismo, e 519 detidas desde os ataques de 11 de março de 2004.
A colaboração entre Marrocos e Espanha na luta contra o jihadismo é estreita, especialmente depois da constatação de que, entre 1,5 mil e 2 mil de seus compatriotas lutam pelo EI. Os países são particularmente vigilantes nas zonas fronteiriças, usadas como saídas pelos combatentes.
Bélgica
O governo belga se uniu à coalizão liderada pelos EUA que combate o grupo Estado Islâmico no Iraque e vai enviar seis aviões F-16 para participar da operação. A participação belga de um mês nos ataques aéreos foi autorizada ontem pela Câmara dos Representantes, após mais de três horas de debate.
Petróleo
Ataques aéreos e com mísseis, lançados pelas forças lideradas pelos EUA, atingiram campos de petróleo e bases do Estado Islâmico no leste da Síria na noite de quinta para sexta-feira. As forças americanas e aliados árabes começaram a bombardear os extremistas no norte e no leste da Síria na terça-feira.
A presidente Dilma Rousseff negou ontem que tenha defendido um diálogo com os integrantes do grupo radical Estado Islâmico (EI) em entrevista dada após a abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na última quarta-feira.
A presidente afirmou que o discurso que fez foi "integralmente distorcido" pela imprensa. Nele, ela disse que o melhor caminho para combater conflitos é a negociação e questionou a eficácia dos ataques dos EUA na Síria e no Iraque contra o EI e contra ameaças terroristas.
"Gente, vocês acreditam que bombardear [o EI] resolve o problema? Porque, se resolvesse, eu acho que estaria resolvido no Iraque. E o que se tem visto no Iraque é a paralisia", disse a jornalistas em Nova York na última quarta-feira.
Um dia antes, Dilma havia condenado os ataques a posições do EI pela coalizão liderada pelos EUA, que conta com a simpatia do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, embora não haja uma votação do Conselho de Segurança da entidade sobre o caso.
Em Nova York, a presidente colocou o caso sírio ao lado de situações em que há lados beligerantes reconhecidos, como em Israel e Ucrânia, quando criticou as intervenções militares como solução para conflitos.
O EI, contudo, não é reconhecido como ator político para se negociar nem por quem condena os ataques liderados pelo Ocidente, como a Rússia.
Em entrevista a blogueiros no Palácio da Alvorada, a presidente afirmou ontem que o Conselho de Segurança da ONU desaprovou os bombardeios americano à Síria, mas aprovou uma resolução para punir mais severamente pessoas que recrutem outras em seus países de origem para atuar no grupo radical.
"Eleitoralmente, interessou a segmentos da imprensa e a alguns dos meus adversários confundir as duas coisas. Uma é que não há mandado legal para invadir ou bombardear a Síria e outra coisa é a resolução antiterrorista", disse.
Para Dilma, quem defende os bombardeios é "ingênuo" ou "desconhecedor da história".
"O que eu falei foi que temos a clareza de que não adianta achar que é possível resolver os problemas de lá através de mecanismos de invasão. Acredito até que as potências, em geral, acreditam nisso. [...] Tem de ser muito ingênuo ou desconhecedor da história dos últimos quatro ou cinco anos", disse.
Nove japoneses se juntaram ao Estado Islâmico
Reuters
O ex-comandante da Força Aérea do Japão Toshio Tamogami disse ontem que uma autoridade israelense de alto escalão afirmou que nove cidadãos japoneses se juntaram ao Estado Islâmico (EI). No mesmo dia, o principal porta-voz do governo japonês não conseguiu confirmar a informação.
Tamogami, agora um dos membros mais destacados de um novo e pequeno partido político, disse que o diretor-geral do Ministério de Relações Exteriores de Israel, Nissim Ben Shitrit, o informou no mês passado que nove japoneses ingressaram no grupo extremista.
Questionado sobre a possibilidade de participação de cidadãos japoneses no grupo militante, o secretário-chefe do gabinete, Yoshihide Suga, disse em uma coletiva de imprensa de rotina que "o governo não confirmou tal informação".
Ninguém se encontrava imediatamente disponível para comentar na embaixada de Israel em Tóquio, no Ministério de Relações Exteriores israelense ou no Ministério das Relações Exteriores japonês.
Tamogami não deu mais nenhum detalhe além do número de japoneses que ingressaram no grupo militante, dado que teria sido fornecido a ele em uma reunião com Shitrit, um ex-embaixador de Israel no Japão. "Não sei nada além disso", disse Tamogami. "Ele foi cauteloso ao falar."
De acordo com o blog de Tamogami, a reunião ocorreu em Israel no dia 12 de setembro. Estima-se que cerca de mil recrutas de uma vasta região que vai da Índia ao Pacífico tenham se juntado ao EI para combater na Síria ou Iraque.
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