A presidente Dilma Rousseff rejeitou nesta sexta-feira (28) uma possível intervenção militar unilateral no Irã e qualquer solução militar para a crise na Síria em um pronunciamento realizado após seu encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. A governante assegurou que, em seu encontro com Cameron, "reiterou a convicção" do Brasil de que não há uma "solução militar possível para a crise síria".
"Um processo político liderado pelos próprios sírios é o melhor caminho para uma solução ao conflito", acrescentou. Dilma disse igualmente que o Brasil se preocupa com a crescente retórica em prol de uma ação militar unilateral no Irã.
"Qualquer iniciativa desse tipo constitui uma violação à Carta da ONU e terá grandes consequências para o Oriente Médio", declarou. A presidente, no entanto, defendeu uma maior ação da comunidade internacional para apoiar o processo de paz entre Israel e Palestina.
"O multilateralismo deve guiar a todos na busca de uma solução para os conflitos do Oriente Médio. O processo de paz entre Israel e Palestina só é viável com uma maior participação da comunidade internacional", comentou.
"Consideramos que adiar uma solução (para esse conflito) só serve para fortalecer interesses extremistas que existem em todos os lados", completou.
Dilma reafirmou que considera a ONU o principal centro de governo global por valorizar o multilateralismo e o direito internacional, e agradeceu o apoio do Reino Unido a uma reforma no organismo multilateral que permita ao Brasil ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Consideramos que só uma ONU reformada pode manter uma ordem internacional baseada em regras", concluiu.
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