A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) aproveitou ontem a tribuna da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas para fazer uma prestação de contas do mandato e exaltar as conquistas do governo e da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) na construção de uma "sociedade inclusiva" e de uma "economia moderna".
Dilma disse que o Brasil passa por uma "grande transformação" e combate "sem tréguas" a corrupção e assegurou que não deixou de cuidar da solidez fiscal e da estabilidade monetária, sabendo "dar respostas" à crise econômica mundial.
Ela também destacou que, apesar dos efeitos da crise, o país gerou empregos, valorizou salários, reduziu a desigualdade e saiu do Mapa da Fome, conforme apontou relatório da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
A presidente foi orientada pelo comitê de campanha a ir a Nova York e usar os holofotes da ONU como um palanque de alcance internacional um espaço que os adversários dela na corrida pelo Palácio do Planalto não possuem. Ela discursou diante de uma plenária lotada e foi muito aplaudida.
Mais tarde, Dilma rebateu a crítica de ter usado a tribuna da ONU como palanque eleitoral. "Sugiro que vocês olhem os meus quatro discursos aqui", disse a presidente a jornalistas.
"Os meus quatro discursos são muito parecidos no que se refere a falar sobre uma questão fundamental. Falar que o Brasil reduziu a desigualdade, aumentou a renda, ampliou o emprego. Em todos os discursos, em todos eles", disse. A presidente avaliou que essas conquistas são um "orgulho" para o país e fazem com que o Brasil seja respeitado no exterior.
Dilma também disse que o Brasil se recusou a assinar um acordo que prevê o fim do desmatamento das florestas até 2030 porque o país não foi consultado sobre os termos do documento que, segundo ela, fere a legislação brasileira.