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A mortalidade excepcionalmente alta da epidemia de cólera no Haiti está diminuindo graças ao tratamento e a conscientização da população, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira.

A principal meta da agência agora é impedir que a epidemia chegue à capital, Porto Príncipe, e aos acampamentos onde vivem milhares de desabrigados do terremoto de 12 de janeiro. Por enquanto, a doença se limita principalmente à parte central do Haiti, principalmente na região de Artibonite.

O cólera causa uma grave diarreia que mata num prazo de 24 a 48 horas, e a população do Haiti - que passou pelo menos cinco décadas sem um caso da doença - pode ter demorado a reconhecer os sintomas inicialmente.

A taxa de mortalidade está agora em 7,7 por cento - bem acima do máximo de 1 por cento que a OMS considera normal, mas abaixo dos 10 por cento registrados no início do surto, na semana passada, segundo Claire Lise Chaignat, diretora da força-tarefa global da OMS para o controle do cólera.

"Temos uma séria epidemia de cólera ocorrendo no Haiti", disse Chaignat a jornalistas. Os últimos dados da OMS apontam 3.769 casos no país, com 284 mortes, segundo ela.

A doença é causada por uma bactéria, transmitida por alimentos e água contaminados. Especialistas acreditam que a enfermidade deve agora se tornar endêmica no Haiti, a exemplo do que ocorre com a malária, a aids e a tuberculose.

Outros países do Caribe - especialmente a vizinha República Dominicana - estão em alerta, mas Chaignat disse que não é o caso de fechar a fronteira terrestre haitiano-dominicana, pois isso não impediria o avanço da epidemia.

A especialista afirmou que é cedo para dizer quando a epidemia atingirá seu pico. "O sistema de vigilância está em vigor, o alerta precoce está de fato funcionando bastante bem", disse ela.

Um fator favorável é que o Haiti já abrigava um grande contingente de profissionais estrangeiros da saúde, envolvidos no auxílio às vítimas do terremoto de janeiro, que matou até 300 mil pessoas.

Inicialmente, o cólera não era visto como uma grande ameaça depois do terremoto. Mas a propagação da epidemia pode contaminar milhares de sobreviventes acampados no entorno da capital.

A OMS diz que é preciso conscientizar essas pessoas sobre as medidas de educação necessária, e lhes dar acesso a água potável e saneamento básico.

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