Apesar dos protestos de organizações de direitos humanos internacionais, o Parlamento dinamarquês vai votar nesta terça-feira (26) uma reforma polêmica com o intuito de conter a entrada de imigrantes no país. Entre as medidas mais criticadas, estão o confisco de bens dos refugiados para pagar sua acolhida, cortar os direitos sociais dos viajantes e prolongar o prazo para reagrupar as famílias para três anos.
O projeto começou a ser discutido há duas semanas e inclui a revista das bagagens dos estrangeiros e a apreensão de objetos e quantias em dinheiro cujo valor exceda dez mil coroas dinamarquesas (cerca de US$ 1.460 ou R$ 1.600). Pela proposta, as autoridades locais não podem recolher relógios e joias com os quais os imigrantes tenham elo sentimental, como alianças de casamento.
O governo dinamarquês argumenta que, se os que buscam asilo têm patrimônio, devem pagar pela recepção no país estrangeiro.
Outra proposta alvo de críticas é a necessidade de esperar três anos para solicitar visto para parentes e o encurtamento das licenças de residência, que forçariam o refugiado a solicitar uma nova permissão. A explicação para a medida seria a necessidade de integração dos imigrantes que solicitam abrigo no país.
Para a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), a reforma alimenta o medo e a xenofobia e é uma resposta preocupante às necessidades humanitárias. O órgão também classificou o confisco de bens dos migrantes como uma afronta. Outros opositores denunciam o caráter autoritário do projeto e chegam a compará-lo às medidas impostas à comunidade judaica durante a perseguição nazista no Holocausto.
A Dinamarca recebeu no ano passado 21 mil refugiados, um recorde para o país onde 70% da população considera a imigração a preocupação número um, segundo uma pesquisa de opinião pública divulgada pelo jornal “Berlingske”. O primeiro-ministro Lars Løkke Rasmussen, eleito em junho e favorável ao controle aos imigração, se apoia no levantamento para defender o polêmico projeto.
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