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Imigração

Dinamarca rompe pacto europeu

Imigrantes pegam carona em greve -Imigrantes protestam em Atenas, na Grécia, durante greve de 24 horas contra medidas de austeridade anunciadas pelo governo. A capital grega ficou paralisada. Transportes públicos, ligações aéreas, marítimas e ferroviárias, serviços públicos, saúde e educação não funcionaram. Os estrangeiros que vivem ilegalmente no país engrossaram a manifestação para cobrar do governo mudança na legislação sobre imigrantes | AFP
Imigrantes pegam carona em greve -Imigrantes protestam em Atenas, na Grécia, durante greve de 24 horas contra medidas de austeridade anunciadas pelo governo. A capital grega ficou paralisada. Transportes públicos, ligações aéreas, marítimas e ferroviárias, serviços públicos, saúde e educação não funcionaram. Os estrangeiros que vivem ilegalmente no país engrossaram a manifestação para cobrar do governo mudança na legislação sobre imigrantes (Foto: AFP)

Copenhague - Após acordo com a extrema direita, o governo da Dinamarca anunciou ontem que vai restabelecer os controles nas fronteiras com a Alemanha e a Suécia.

"Fechamos um acordo para retomar os controles alfandegários o mais rapidamente possível’’, disse o ministro Claus Hjort Frederiksen (Finanças). Com a medida, a Dinamarca se torna o primeiro país da Europa a romper de forma unilateral com o Tra­­tado de Schengen.

O tratado permite a livre circulação de pessoas nos países da União Europeia (UE) sem necessidade de apresentar passaporte nas fronteiras.

A medida deve entrar em vigor em até três semanas. Além da passagem entre Dinamarca e Ale­­ma­­nha, deve afetar portos e a ponte de Oresund, que une a Suécia à Dinamarca. Especialistas da Co­­missão Europeia estariam analisando o anúncio.

"Nos últimos anos, temos visto um aumento do crime transfronteiriço. Isto está sendo feito para conter o problema. Vamos construir uma nova instalação na fron­­teira com a Alemanha, com novos equipamentos eletrônicos e identificadores de matrículas’’, disse Frederiksen.

Tradicionalmente, a Dina­­mar­­ca era conhecida por políticas ge­­nerosas de migração. É um dos países da Europa que mais acolhem refugiados (vindos do Afe­­ganistão, Iraque e Somália, principalmente) e, em 2010, fez parte da lista dos dez maiores doares do Acnur, a agência da ONU para re­­fugiados.

O tratado de Schengen é um dos pilares da UE e entrou em vi­­gor em 1995, abolindo as fronteiras internas entre os países signatários.

Em abril passado, França e Itália colocaram o tratado em xe­­que, pedindo uma revisão das normas. A restauração das fronteiras dentro do bloco é vista co­­mo uma saída para conter o grande fluxo de imigrantes, sobretudo do norte da África.

Desde o início das revoltas árabes, em janeiro último, a onda de imigração cresceu, gerando te­­mor de uma invasão de estrangeiros no continente e reações xenófobas por parte de direitistas.

No mês passado, a França bloqueou o tráfego ferroviário proveniente da Itália para evitar a chegada de um trem com tunisianos.

O governo da Itália tem feito reiterados pedidos de ajuda à UE para lidar com os cerca de 27 mil imigrantes da Tunísia e da Líbia que recebeu desde o início dos conflitos.

Especialistas de posição contrária à da França e Itália alegam que a suspensão de Schengen se­­ria um golpe em uma das maiores conquistas da integração eu­­ropeia.

Hoje, os países-membros do bloco discutirão o tema pela primeira vez, no marco do conselho de ministros do Interior.

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