Copenhague - Após acordo com a extrema direita, o governo da Dinamarca anunciou ontem que vai restabelecer os controles nas fronteiras com a Alemanha e a Suécia.
"Fechamos um acordo para retomar os controles alfandegários o mais rapidamente possível, disse o ministro Claus Hjort Frederiksen (Finanças). Com a medida, a Dinamarca se torna o primeiro país da Europa a romper de forma unilateral com o Tratado de Schengen.
O tratado permite a livre circulação de pessoas nos países da União Europeia (UE) sem necessidade de apresentar passaporte nas fronteiras.
A medida deve entrar em vigor em até três semanas. Além da passagem entre Dinamarca e Alemanha, deve afetar portos e a ponte de Oresund, que une a Suécia à Dinamarca. Especialistas da Comissão Europeia estariam analisando o anúncio.
"Nos últimos anos, temos visto um aumento do crime transfronteiriço. Isto está sendo feito para conter o problema. Vamos construir uma nova instalação na fronteira com a Alemanha, com novos equipamentos eletrônicos e identificadores de matrículas, disse Frederiksen.
Tradicionalmente, a Dinamarca era conhecida por políticas generosas de migração. É um dos países da Europa que mais acolhem refugiados (vindos do Afeganistão, Iraque e Somália, principalmente) e, em 2010, fez parte da lista dos dez maiores doares do Acnur, a agência da ONU para refugiados.
O tratado de Schengen é um dos pilares da UE e entrou em vigor em 1995, abolindo as fronteiras internas entre os países signatários.
Em abril passado, França e Itália colocaram o tratado em xeque, pedindo uma revisão das normas. A restauração das fronteiras dentro do bloco é vista como uma saída para conter o grande fluxo de imigrantes, sobretudo do norte da África.
Desde o início das revoltas árabes, em janeiro último, a onda de imigração cresceu, gerando temor de uma invasão de estrangeiros no continente e reações xenófobas por parte de direitistas.
No mês passado, a França bloqueou o tráfego ferroviário proveniente da Itália para evitar a chegada de um trem com tunisianos.
O governo da Itália tem feito reiterados pedidos de ajuda à UE para lidar com os cerca de 27 mil imigrantes da Tunísia e da Líbia que recebeu desde o início dos conflitos.
Especialistas de posição contrária à da França e Itália alegam que a suspensão de Schengen seria um golpe em uma das maiores conquistas da integração europeia.
Hoje, os países-membros do bloco discutirão o tema pela primeira vez, no marco do conselho de ministros do Interior.
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