A Dinamarca anunciou nesta quarta-feira (14) que a vacina da AstraZeneca/Oxford não vai mais estar disponível no programa de imunização contra Covid-19 do país. A justificativa é uma provável relação entre o produto e casos de trombose venosa cerebral relatadas em imunizados. As autoridades dinamarquesas citaram estudos que mostraram que coágulos sanguíneos têm chance de ocorrer mais frequentemente do que o esperado entre os que receberam a primeira dose da AstraZeneca (uma em 40 mil). No país, ocorreram dois casos, um dos quais resultou em morte.
A decisão torna a Dinamarca o primeiro país europeu a abandonar a vacina da AstraZeneca contra Covid-19. A Agência de Medicamentos Europeia (EMA) afirmou, no mês passado, que os benefícios do produto superam os riscos. A maioria dos países que haviam suspendido a aplicação do imunizante, a retomaram após a declaração da agência, sendo que alguns limitaram o uso do produto em pessoas com mais de 50 anos.
"No geral, devemos dizer que os resultados mostram que há um sinal de efeito colateral real e sério na vacina da AstraZeneca", disse Soren Brostrom, chefe da agência de saúde do país, em um comunicado. "Com base em uma consideração geral, optamos por continuar o programa de vacinação para todos os grupos-alvo sem esta vacina".
O país tem em estoque 2,4 milhões de doses da farmacêutica anglo-sueca que não vai usar neste momento, mas não descartou a hipótese de voltar a usar o imunizante. Os cerca de 150 mil dinamarqueses que já receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca, devem receber a segunda dose de outro fabricante – da Pfizer/BioNTech ou Moderna.
As autoridades da Dinamarca afirmam ainda que os próximos grupos a serem imunizados têm menos probabilidade de adoecer gravemente por causa da Covid-19 e que isso deve ser levado em consideração quando se compara benefícios e riscos do produtos. "Devemos pesar isso contra o fato de que agora temos um risco conhecido de efeitos adversos graves da vacinação com AstraZeneca, mesmo que o risco em termos absolutos seja pequeno".
A vacina da AstraZeneca não foi aprovada pelos Estados Unidos e nem pela Suíça, devido a preocupações com efeitos colaterais.
Nesta terça-feira (13), a Johnson & Johnson também se viu envolvida em uma situação semelhante à da AstraZeneca. Duas agências de saúde federais dos EUA recomendaram a suspensão temporária da aplicação da vacina de dose única da empresa americana, depois que seis pessoas apresentaram um tipo de coágulo sanguíneo raro e grave após serem imunizadas com o produto. Além dos EUA, a vacinação com o medicamento da Johnson & Johnson foi interrompida temporariamente no Canadá, na União Europeia e na África do Sul.
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