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A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, prevista para maio, é atacada pela diplomacia israelense, que alerta para o sinal negativo que um encontro com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad teria nesse momento para os esforços de pressionar Teerã por uma mudança em sua política nuclear. Em declarações à Agência Estado, o embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Aharon Leshno Yaar, qualificou a viagem como "terrível".

Israel não é o primeiro país a criticar a iniciativa. O governo de Silvio Berlusconi, na Itália, já sugeriu que Lula repensasse a ideia de ir até o Irã no atual momento, enquanto o Departamento de Estado norte-americano insiste em que, se Lula for, terá de tratar da situação dos direitos humanos no país. Já a prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi, indicou que Lula estaria "desrespeitando a população" se optar por apenas se reunir com o governo em Teerã.

Mas é de Israel quem vêm, por enquanto, as críticas mais duras. "Isso (a viagem de Lula) seria terrível", afirmou o embaixador. "Infelizmente, não posso dizer tudo o que eu penso sobre isso. Mas é terrível", disse o representante de Israel e que já foi chefe do departamento de organizações internacionais na chancelaria de seu país.

Diplomatas israelenses acreditam que a decisão de Lula ainda poderia ser questionada durante a visita do brasileiro a Tel-Aviv nos próximos meses. O presidente será o primeiro chefe de Estado brasileiro a visitar Israel desde a fundação do Estado judeu, há mais de 50 anos.

O Itamaraty pretende demonstrar assim que não toma partido e que quer uma solução negociada para a crise na região. Já diplomatas israelenses advertem que a opinião pública mais radical em Tel-Aviv pode não ver as coisas dessa maneira.

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