Os esforços diplomáticos pelo fim dos confrontos entre Israel e o Hezbollah entraram em uma nova fase na quinta-feira (horário local), quando as principais potências mundiais decidiram trabalhar por um cessar-fogo urgente, mas não imediato.
Isto acontece enquanto o gabinete de segurança de Israel decide não ampliar ofensiva terrestre , depois dos combates de quarta-feira, os mais intensos até agora.
Embora os EUA resistam a uma trégua agora, diplomatas dizem que há espaço para avanços. A guerra, iniciada há duas semanas, já matou mais de 420 pessoas no Líbano e 50 israelenses.
De acordo com os diplomatas, os principais elementos de uma solução política foram identificados em uma reunião privada entre a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice; o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana; o secretário-geral da ONU, Kofi Annan; e o primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora.
Esses elementos são: uma resolução da ONU prevendo o cessar-fogo; uma troca de prisioneiros entre Israel e o Hezbollah; o fim da disputa territorial envolvendo as chamadas Fazendas Shebaa, ocupadas por Israel; medidas para desarmar o Hezbollah; e o envio de uma força internacional, sob comando europeu, ao sul do Líbano.
- É claro que não temos tudo o que todos queriam, mas a reunião de Roma foi necessária para limpar o terreno - disse um participante europeu. - Ninguém esperava um cessar-fogo imediato.
Rice, Solana e o chanceler russo, Sergei Lavrov, viajaram à Malásia para discutir a crise com chanceleres asiáticos na quinta-feira, durante uma reunião da Asean, um fórum regional.
Annan foi incentivado a usar sua boa relação com Síria e Irã, que apóiam o Hezbollah, na busca por cooperação para encerrar o conflito, iniciado no dia 12 de julho, quando a guerrilha xiita libanesa fez uma incursão no norte de Israel e capturou dois soldados, desencadeando uma violenta retaliação israelense.
Ainda não se sabe que interesse Damasco e Teerã teriam em colaborar. Os dois governos vivem às turras com o Ocidente, respectivamente por causa do suposto envolvimento sírio no assassinato de um político libanês, em 2005, e do programa nuclear iraniano.
Uma fonte de inteligência disse que o diretor iraniano de Segurança Nacional, Ali Larijani, fez uma visita-surpresa a Damasco na quarta-feira para discutir a situação do Líbano e prometer a manutenção do apoio ao Hezbollah.
O embaixador da Síria na ONU, Bashar Jaafari, disse que seu país e outros da região deveriam ter sido convidados para a reunião da Itália. Ele sugeriu que Annan atue como mediador.
Diplomatas disseram que Condoleezza pode fazer uma escala no Oriente Médio ao final da reunião na Malásia.
Enquanto isso, a União Européia tenta formar uma força de paz robusta, provavelmente sob o comando da França, para patrulhar o sul do Líbano e manter o Hezbollah afastado da fronteira com Israel.
Diplomatas disseram que Rice aceitou que os próximos passos incluam a tramitação de uma resolução no Conselho de Segurança nos próximos dias. A França ocupa a presidência do Conselho neste mês.
Mas um general israelense disse na quarta-feira que a ofensiva ainda pode durar várias semanas, enquanto o líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah , prometeu fazer mais baixas nas forças israelenses e lançar mais foguetes para além de Haifa, no norte de Israel.
Fontes ocidentais de inteligência dizem que os foguetes do Hezbollah são fornecidos pelo Irã, via Síria.
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