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Jogos de Inverno

Diplomata acusa China de usar atleta para mascarar violação de direitos humanos

Dinigeer Yilamujiang e Zhao Jiawen, atletas escolhidas para acender a Pira Olímpica. (Foto: Yonhap South Korea Out/EFE)

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos junto à ONU, afirmou neste domingo (6) que a decisão da China de escolher uma atleta da minoria uigur para acender a Pira Olímpica dos Jogos de Inverno, que estão acontecendo em Pequim, se tratou de uma distração.

"Este é um esforço dos chineses para nos distrairmos do assunto real aqui, de que os uigures estão sendo torturados e são vítimas de violações de direitos humanos pelos chineses. Temos que manter isso no foco central", disse a diplomata, em entrevista à emissora americana CNN.

Nesta sexta-feira (4), na Cerimônia de Abertura dos Jogos de Inverno, a esquiadora Dinigeer Yilamujiang, de origem uigur, acendeu a Pira Olímpica junto com a também esquiadora Zhao Jiawen.

Os Estados Unidos lideram um boicote diplomático de diversos países ocidentais nesta edição do evento poliesportivo, que acontece em Pequim, devido às supostas violações de direitos das minorias étnicas de Xiajiang, na região central da China, que são negadas pelo governo local. "Sabemos que foi cometido genocídio ali", destacou Thomas-Greenfield.

"É importante que a audiência que viu isso, entenda que não nos afaste do que sabemos que está acontecendo sobre o território", completou a embaixadora, em referência aos espectadores da Cerimônia de Abertura.

No sábado (5), o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que as autoridades chinesas permitam a realização de uma visita "confiável" à Xianjiang da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet.

O diplomata português, que visita Pequim por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno, se reuniu neste sábado com o presidente da China, Xi Jinping, e com o ministro das Relações Exteriores do país asiático, Wang Yi.

Tanto Estados Unidos, como Reino Unido, Alemanha e organizações como a Human Rights Watch (HRW) e a Anistia Internacional, denunciaram a ocorrência de graves abusos na região, onde os uigures teriam sofrido detenções em massa, torturas e foram submetidos a trabalhos forçados.

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