As delegações dos Estados Unidos e de países da União Europeia deixaram a sala da Assembleia Geral da ONU nesta quinta-feira (23) durante o discurso do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, depois que ele disse que os atentados de 11 de Setembro são uma "conspiração americana" em parceria com Israel.
O presidente iraniano disse que "muitas pessoas" acreditam que o governo americano foi o verdadeiro responsável pelos ataques. O objetivo, segundo a versão de Ahmadinejad, seria tentar reverter o declínio da economia americana edo domínio sobre o Oriente Médio e "salvar o regime sionista".
"A maioria do povo americano e muitos países e políticos pelo mundo concordam com essa versão", disse.
Citando uma segunda teoria, o presidente iraniano acrescentou: o atentado "foi realizado por um grupo terrorista, mas com o apoio do governo americano, que tirou vantagem da situação".
A terceira teoria é a que "um grupo terrorista muito poderoso e complexo, capaz de enganar todas as camadas dos sistemas de inteligência e de segurança" dos Estados Unidos, realizou o atentado.
Duas autoridades americanas, que estavam acompanhando o discurso, puxaram a fila de descontentes e saíram da sala, sendo rapidamente seguidas pelas delegações britânica e de outros países ocidentais.
Mais tarde, o representante americano qualificou as declarações de "detestáveis" e "delirantes".
"Em vez de representar as aspirações e a boa vontade do povo iraniano, Ahmadinejad escolheu de novo falar fora de tom sobre teorias da conspiração e usar palavras antissemitas, detestáveis e delirantes", disse Mark Kornblau, porta-voz da delegação americana.
Um diplomata europeu explicou que as delegações europeias abandonaram a sala em solidariedade aos Estados Unidos.
Relações tensas
As relações diplomáticas entre o Ocidente e o Irã são tensas, por conta do programa nuclear do país persa.
As potências temem que ele seja uma fachada para a construção de uma bomba nuclear, mas Teerã garante que seus objetivos são civis e pacíficos. O Ocidente também critica supostas violações aos direitos humanos praticadas pelo regime.
As seis potências que negociam a questão nuclear lançaram na véspera um apelo ao Irã para voltar à negociação. O discurso do presidente dos EUA nesta quinta também foi no mesmo tom.
Durante o discurso de Ahmadinejad, ativistas de organizações de direitos humanos faziam protestos fora da sede da ONU, contra supostas violações praticadas pelo governo iraniano.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Deixe sua opinião