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Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fala em assembleia da ONU, que acontece em Nova York. | AFP PHOTO/Emmanuel Dunand
Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fala em assembleia da ONU, que acontece em Nova York.| Foto: AFP PHOTO/Emmanuel Dunand

As delegações dos Estados Unidos e de países da União Europeia deixaram a sala da Assembleia Geral da ONU nesta quinta-feira (23) durante o discurso do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, depois que ele disse que os atentados de 11 de Setembro são uma "conspiração americana" em parceria com Israel.

O presidente iraniano disse que "muitas pessoas" acreditam que o governo americano foi o verdadeiro responsável pelos ataques. O objetivo, segundo a versão de Ahmadinejad, seria tentar reverter o declínio da economia americana edo domínio sobre o Oriente Médio e "salvar o regime sionista".

"A maioria do povo americano e muitos países e políticos pelo mundo concordam com essa versão", disse.

Citando uma segunda teoria, o presidente iraniano acrescentou: o atentado "foi realizado por um grupo terrorista, mas com o apoio do governo americano, que tirou vantagem da situação".

A terceira teoria é a que "um grupo terrorista muito poderoso e complexo, capaz de enganar todas as camadas dos sistemas de inteligência e de segurança" dos Estados Unidos, realizou o atentado.

Duas autoridades americanas, que estavam acompanhando o discurso, puxaram a fila de descontentes e saíram da sala, sendo rapidamente seguidas pelas delegações britânica e de outros países ocidentais.

Mais tarde, o representante americano qualificou as declarações de "detestáveis" e "delirantes".

"Em vez de representar as aspirações e a boa vontade do povo iraniano, Ahmadinejad escolheu de novo falar fora de tom sobre teorias da conspiração e usar palavras antissemitas, detestáveis e delirantes", disse Mark Kornblau, porta-voz da delegação americana.

Um diplomata europeu explicou que as delegações europeias abandonaram a sala em solidariedade aos Estados Unidos.

Relações tensas

As relações diplomáticas entre o Ocidente e o Irã são tensas, por conta do programa nuclear do país persa.

As potências temem que ele seja uma fachada para a construção de uma bomba nuclear, mas Teerã garante que seus objetivos são civis e pacíficos. O Ocidente também critica supostas violações aos direitos humanos praticadas pelo regime.

As seis potências que negociam a questão nuclear lançaram na véspera um apelo ao Irã para voltar à negociação. O discurso do presidente dos EUA nesta quinta também foi no mesmo tom.

Durante o discurso de Ahmadinejad, ativistas de organizações de direitos humanos faziam protestos fora da sede da ONU, contra supostas violações praticadas pelo governo iraniano.

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