Bagdá (Das agências internacionais) O mais alto representante diplomático da Argélia no Iraque, Ali Belaroussi, foi seqüestrado ontem em Bagdá, segundo informaram a polícia iraquiana e funcionários argelinos. Belaroussi, chefe da missão argelina no Iraque, seu colega de diplomacia Azzedine Ben Kadi e o motorista do carro em que viajavam foram arrastados do veículo no distrito de Mansour (oeste da capital) por homens armados. "Criamos uma unidade de emergência e estamos acompanhando a situação de perto", disse o porta-voz da Chancelaria argelina, Adbelhamid Chebchoub.
Belaroussi vive no Iraque há cerca de dois anos. Segundo o vice-ministro do Interior do Iraque, Ahmed al Khafaji, o representante argelino havia recusado a oferta do governo de contar com guarda-costas iraquianos sob a alegação de que "a relação da Argélia com os iraquianos é boa".
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo seqüestro, que ocorreu menos de três semanas depois de o diplomata egípcio Ihab al Sherif ter sido seqüestrado em Bagdá.
O grupo Al Qaeda no Iraque, liderado pelo terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, afirmou ter matado o refém e ameaçou capturar "tantos embaixadores quanto possível". O dono de uma empresa egípcia de telefone celular, Naguib Sawiris, afirmou, porém, ter indícios de que Al Sherif ainda esteja vivo, sem entrar em detalhes. O governo egípcio havia confirmado a morte do diplomata.
O primeiro-ministro argelino, Ibrahim al Jaafari, disse que seu governo tomará medidas para aumentar a segurança de diplomatas, mas os avisou de que devem evitar áreas perigosas. Episódios distintos de violência, entre eles dois carros-bomba que explodiram contra forças de segurança iraquianas, deixaram ao menos 17 mortos no Iraque, dos quais ao menos 6 eram soldados iraquianos. Um relatório recente apontou que as ações das forças dos EUA são as principais causas da morte violenta de civis iraquianos nos últimos dois anos: 37% morrreram desse modo, enquanto apenas 9% foram mortos por ataques rebeldes.
Esforços para terminar a nova Constituição até 15 de agosto sofreram novo retrocesso na quarta-feira, após árabes sunitas terem anunciado sua retirada da comissão encarregada da tarefa. A decisão ocorre dias depois de dois sunitas membros da comissão terem sido mortos a tiros em Bagdá. Eles farão o boicote até que o governo atenda suas demandas de maior segurança e da investigação dos crimes.