O líder do Partido Republicano e ex-candidato à presidência do Chile, José Antonio Kast, disse nesta segunda-feira (18) que as ideias da direita saem “fortalecidas” mesmo com a derrota no referendo para uma nova Constituição no país.
No domingo (17), 55% da população chilena votou contra uma proposta de nova Carta Magna, elaborada por uma assembleia constituinte de maioria de direita e centro-direita. O Partido Republicano era a legenda com mais cadeiras no colegiado, 23 de 51. A Alianza, de centro-direita, tinha 11 assentos.
“Assumimos o fracasso de não termos conseguido convencer que a proposta era melhor que o texto atual. Mas apesar destas emoções, nós, republicanos, nos caracterizamos por seguir trabalhando”, disse Kast em declarações à imprensa.
Derrotado pelo atual presidente, Gabriel Boric, na eleição de 2021, Kast afirmou que agora “começa uma nova etapa, uma etapa de recuperação do Chile, de reconstrução a partir do que está por vir no próximo ano, que são os desafios eleitorais locais e regionais e esperamos estar lá com o nosso melhor”.
Kast disse que a direita chilena precisa fazer uma autocrítica, mas que suas ideias saíram “fortalecidas” do referendo.
“Se há alguém que liderou o processo, fui claramente eu, quem disse que íamos mudar as coisas fui eu, e todos têm que assumir a responsabilidade por suas palavras. Mas se você me perguntar, ‘Você está angustiado, triste?’ Não”, disse o líder de direita.
Boric reiterou no domingo o que já havia prometido antes do referendo, independentemente da proposta ser aprovada ou não: não convocará outro processo constituinte. Em setembro do ano passado, a população chilena já havia recusado outro texto, este elaborado por um colegiado de maioria progressista.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura