De quinta-feira (6) a domingo (9), os eleitores da União Europeia vão às urnas escolher os 720 membros do Parlamento Europeu, o Legislativo do bloco econômico. Em vários países, há uma grande mobilização da direita nacionalista, que espera aumentar de forma expressiva sua representação na casa.
O nome mais famoso na disputa é o da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que no lançamento da sua candidatura, em abril, disse que espera aglutinar a direita nacionalista e a centro-direita no Parlamento Europeu.
“Queremos criar uma maioria que reúna as forças de centro-direita e envie a esquerda para a oposição, mesmo na UE. É uma tarefa difícil, mas é possível e devemos tentar”, afirmou.
Entretanto, Meloni dificilmente renunciará ao cargo de premiê para ocupar uma cadeira no Parlamento Europeu caso eleita: sua candidatura tem o objetivo de atrair votos para seu partido, o Irmãos da Itália.
Dois antecessores seus, Silvio Berlusconi, em 2009, e Matteo Renzi, em 2014, adotaram a mesma estratégia enquanto ocupavam o Executivo italiano.
Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo site Politico indicou que a direita nacionalista deve conseguir ampliar fortemente sua participação no Parlamento Europeu.
De acordo com o levantamento, os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, na sigla em inglês) e o Identidade e Democracia (ID), as duas principais coalizões nesse espectro político, podem atingir 144 assentos. Hoje, ambas somam 118 cadeiras na casa.
Considerando-se outros partidos, como o Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), que teve um candidato esfaqueado nesta quarta-feira (5), o número de eurodeputados da direita nacionalista pode chegar a 184, segundo a pesquisa.
Um aumento da representação desse segmento político não significa necessariamente que ele terá um bloco coeso no Parlamento Europeu: por exemplo, em maio, o ID expulsou a AfD depois que o principal nome do partido alemão, Maximilian Krah, sugeriu que nem todos os membros da SS nazista eram “criminosos”.
Entretanto, é certo que a direita nacionalista ganha projeção porque duas reivindicações que lhe são caras estão em evidência atualmente na política europeia.
A primeira é a cobrança por alterações nas regulamentações da UE, em meio a um cenário de crise econômica: no terceiro e quarto trimestres de 2023, a Zona do Euro (os 20 países da UE que utilizam o euro como moeda) teve uma retração econômica de 0,1%, enquanto a União Europeia como um todo (27 países) ficou estagnada.
No primeiro trimestre deste ano, ambas apresentaram uma leve alta de 0,3%, mas a cobrança por mudanças, diante da pressão que a guerra da Ucrânia segue exercendo sobre as economias europeias, permanece.
O outro ponto prioritário da agenda da direita nacionalista que está em pauta é a mudança nas políticas migratórias do bloco. No ano passado, 385.445 migrantes ilegais chegaram aos países da União Europeia.
Em maio, pouco após a UE definir um novo pacto sobre migração, os governos de 15 países enviaram uma carta à Comissão Europeia propondo novos acordos para que nações que enviam migrantes para a Europa adotem medidas para frear essas saídas e a criação de centros fora da UE para alocar requerentes de asilo resgatados no Mar Mediterrâneo, entre outras medidas.
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