Pela primeira vez desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), um direitista venceu no primeiro turno nas eleições presidenciais chilenas e é considerado o favorito para a nova votação, prevista para o dia 17 de janeiro.
O empresário milionário Sebastián Piñera venceu o primeiro turno da eleição presidencial com 44,03% dos votos. Mas se ganhar o segundo turno, deverá encontrar dificuldade no Congresso - com a presença em igual peso da ala de centro-esquerda da atual presidente Michelle Bachelet. Segundo apuração oficial, nenhum dos dois lados garantiu maioria absoluta.
Piñera enfrentará no segundo turno o candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei, que obteve 29,62% dos votos, segundo os dados oficiais da terceira apuração, divulgados pelo subsecretário chileno de Interior, Patrício Rosende.
Em terceiro lugar está o candidato independente Marco Enríquez-Ominami, com 20,12% dos votos, seguido do esquerdista extraparlamentar Jorge Arrate, com 6,21%.
Disputa
A disputa agora é pelo apoio dos candidatos derrotados. Piñera quer os eleitores do independente Enríquez-Ominami. "Sempre reconheci em Marco uma grande vitalidade, e compartilho com ele a visão de que a Concertación (coalizão governista de centro esquerda) está acabada, sofre de fadiga de material, disse Piñeda.
Enríquez-Ominami liberou seus eleitores para votar em quem desejarem. "É impossível abusar da confiança em mim depositada. Não tenho qualquer condição de endossar o voto em outro candidato, não farei isto, em respeito aos mais pobres e aos mais desamparados.
Ao lado de vários membros do gabinete, Frei também aposta na conquista dos eleitores de outros três candidatos de esquerda e centro para reverter a vantagem de Piñera e vencer na próxima votação.
O comunista Jorge Arrate, que teve 6% dos votos, disse que não dará um cheque em branco para o segundo turno, mas apoiará Frei, que presidiu o país de 1994 a 2000.
Para reforçar a campanha de Frei, a presidente Michelle Bachelet aceitou ontem a renúncia da porta-voz do governo Carolina Toha, cujo título oficial era de ministra da Secretaria Geral de Governo.