O chefe do canal de televisão árabe Al-Jazeera anunciou nesta terça-feira que estava deixando a emissora, mas não deu motivos para sua saída em um momento em que a cobertura do canal desempenha um papel importante nos movimentos de protestos inéditos que varrem o mundo árabe.
"Decidi seguir em frente", disse o diretor-geral da emissora, Waddah Khanfar, em uma nota de demissão enviada por e-mail aos funcionários da Al-Jazeera e publicada no Twitter.
"Já há algum tempo vinha discutindo com o presidente do canal meu desejo de pedir demissão. Ele gentilmente expressou compreensão e aceitou minha decisão."
Desde que foi lançada, em 1996, a Al Jazeera tornou-se a emissora de notícias por satélite mais rentável do Oriente Médio. Costuma ter dificuldades com os governos ocidentais e árabes em uma região onde os governos tradicionalmente mantêm controle cerrado sobre a mídia estatal.
A Al-Jazeera, de propriedade do governo do Catar, cobriu os levantes que derrubaram vários governantes na Tunísia, Egito e Líbia este ano, e a emissora se declara uma voz democrática na região.
Os críticos dizem que ela é mais tímida na cobertura de eventos mais próximos ao Golfo, e as câmeras de seu canal não estavam presentes durante protestos contra o governo no Bahrein, que foram reprimidos em meados de março.
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