O diretor da usina nuclear japonesa Fukushima Daiichi, a unidade que sofreu há mais de oito meses o pior acidente atômico em 25 anos no mundo, foi hospitalizado e substituído em seu cargo, informou a operadora Tokyo Electric Power Co. nesta segunda-feira.
Masao Yoshida, de 56 anos, estava encarregado de supervisionar as operações de emergência depois do forte terremoto e tsunami de 11 de março, que desativou os sistemas de resfriamento e provocou o derretimento das barras de combustível nos reatores na usina por conta do superaquecimento. A usina fica 240 quilômetros a nordeste de Tóquio.
O porta-voz da Tokyo Electri Power Co (Tepco), Osamu Fujimura, não quis dar detalhes sobre o motivo da internação, mas afirmou em coletiva de imprensa que não havia indícios de que teria sido causada por exposição à radiação.
"O governo pretende acompanhar a situação de perto para que isso não afete o plano de colocar a usina sob controle", disse Fujimura, que é o secretário-chefe de gabinete.
Em sua primeira aparição pública após o acidente, Yoshida pediu desculpas no começo deste mês por não conseguir impedir o acidente. Mas afirmou que as condições nas usinas estavam melhorando ao ponto de ser possível um "desligamento a frio" -- quando temperaturas são estabilizadas abaixo do ponto de ebulição - até o final do ano.
Ele acrescentou, no entanto, que os índices de radiação no complexo eram altos e ainda perigosos para trabalhadores no local.
O desastre fez o governo declarar uma zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor da usina, obrigando a retirada de 80 mil moradores da região.
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