O ex-diretor da campanha de Donald Trump à Presidência, Paul Manafort, se entregou na manhã desta segunda (30) ao FBI (polícia federal americana) após ter sido indiciado por Robert Mueller, que está à frente da investigação da agência sobre a influência russa nas eleições de 2016. Além de Manafort, foi indiciado também seu ex-sócio no Leste Europeu Rick Gates, que integrou a equipe nas eleições e ajudou a planejar a posse de Trump.
Ainda não se sabe quais são as acusações contra Manafort e Gates, mas os indiciamentos são os primeiros sinais concretos de um possível conluio da campanha de Trump com os russos durante as eleições - o que o presidente nega.
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Havia uma expectativa de que Manafort, 68, fosse acusado de envolvimento desde que agentes do FBI fizeram buscas em sua casa em agosto. O lobista republicano entrou para a equipe de campanha de Trump em março de 2016, para tentar evitar que os delegados do partido não aceitassem apoiar a candidatura do empresário.
Três meses depois, Manafort foi promovido a estrategista-chefe e diretor da campanha, ficando à frente de todas as operações.
Em agosto, no entanto, ele deixou o posto após a imprensa americana revelar que ele teria recebido mais de US$ 12 milhões em remessas ilegais do partido do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovitch, líder pró-Rússia deposto em 2014.
O FBI já vinha investigando Manafort também por causa disso.
O estrategista republicano, que trabalhou como consultor político de Yanukovitch, nega o pagamento.
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