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O diretor do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, afirmou nesta terça-feira (25) que a libertação de Julian Assange, depois de chegar a um acordo com as autoridades dos Estados Unidos, foi “o resultado de um longo processo” depois de uma “dura batalha”.
O também porta-voz do portal falou hoje com os meios de comunicação britânicos sobre o seu enorme alívio após a libertação do jornalista, após uma longa campanha para recuperar a sua liberdade.
Segundo explicou, essa campanha ganhou força renovada nas últimas semanas como resultado do envolvimento crescente demonstrado pelo primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
Hrafnsson descreveu como “tremendamente importante” neste caso o resultado da decisão adotada no último mês de maio pelo Supremo Tribunal de Londres, que concedeu a Assange permissão para recorrer contra sua extradição para os Estados Unidos.
“Isto é o resultado de um longo, longo processo que se arrasta há algum tempo. Tem sido uma batalha dura, mas o foco agora é o reencontro de Julian com sua família”, disse.
Hrafnsson afirmou ainda que “o mais importante é que Julian está livre e poderá finalmente desfrutar do céu azul” e disse que “os detalhes do que vai acontecer agora virão à luz nas próximas 24 horas”.
O WikiLeaks, portal fundado pelo ativista, publicou em suas redes sociais imagens de Assange embarcando em um avião na tarde desta segunda (24), no aeroporto britânico de Stansted.
O fundador do portal, de 52 anos, deve comparecer perante um tribunal das Ilhas Marianas nesta quarta-feira (26) às 9h (horário local, 20h de terça-feira em Brasília) e declarar-se culpado das acusações contra ele antes de viajar para a Austrália, depois de mais de 12 anos de litígio.
Primeiro-ministro diz que Austrália quer Assange de volta ao país
Os australianos querem que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, retorne à Austrália, segundo disse nesta terça-feira o primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, ao comentar sua libertação após um acordo para encerrar uma longa batalha para que fosse extraditado aos Estados Unidos.
“Não há nada a ganhar com a sua prisão e queremos que ele volte à Austrália”, afirmou hoje Albanese, em uma sessão ordinária no Parlamento em Camberra, ao referir-se ao ativista de 52 anos.
Hoje, Albanese elogiou os esforços do seu governo para mediar por Assange e “defender os interesses da Austrália” através da diplomacia tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos.
No entanto, o premiê australiano observou que “embora saudemos estes acontecimentos rápidos, reconhecemos que estes procedimentos são cruciais e delicados”, prometendo dar mais informações assim que terminar a longa batalha legal sobre um dos maiores vazamentos de informações confidenciais da história dos EUA.
O governo de Albanese, que assumiu o poder em maio de 2022, pediu em várias ocasiões a Washington que desistisse de extraditar Assange, algo ao que o presidente dos EUA, Joe Biden, respondeu no último mês de abril que “estava considerando".
A disputa entre Assange e Washington ganhou uma reviravolta ontem quando foi divulgado que o ativista só se declararia culpado de uma única acusação de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informação confidencial.
Assange era procurado pelos Estados Unidos por 18 crimes por violação da Lei de Espionagem depois que o WikiLeaks revelou milhões de documentos confidenciais relacionados à defesa nacional americana em 2010, incluindo supostas violações de direitos humanos cometidas pelos militares dos EUA nas guerras do Iraque e do Afeganistão.