Diretor da OMS após críticas de Trump: “quem não quiser mais corpos, não politize o vírus”

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, defendeu nesta quarta-feira (8) a atuação da OMS na pandemia do novo coronavírus e rebateu indiretamente críticas do presidente americano Donald Trump, que ontem ameaçou cortar fundos dos Estados Unidos à organização, dizendo que ela estava "centrada na China".

Tedros Ghebreyesus disse que o foco agora é "salvar vidas" e que não queria perder tempo com críticas. "Por favor não politizem esse vírus. Ele explora as diferenças que existem em nível nacional. Se você quer ser explorado e se quer mais cadáveres, então faça isso [politize a questão]", disse Ghebreyesus em coletiva de imprensa em Genebra, Suíça.

"Se você não quer mais cadáveres, evite a politização. Minha mensagem, em resumo, é: por favor, coloque em quarentena a politização da Covid. A unidade do seu país será muito importante para derrotar esse vírus perigoso", concluiu. Ele ainda pediu que as nações trabalhem para além das linhas partidárias e de crenças na luta contra a doença.

Ghebreyesus também afirmou que ainda existem "muitos fatores desconhecidos" sobre o coronavírus, o que gera incerteza sobre o futuro da pandemia. A autoridade informou que a OMS organiza neste momento uma força-tarefa que reúne dezenas de países, a fim de mobilizar trabalhadores e insumos neste combate.