O diretor paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, confirmou ontem que Itaipu irá comprar um avião para ser usado pelo presidente de seu país, o ex-bispo Fernando Lugo.
O anúncio foi feito após reunião com Lugo no Palácio de López, e um mês após o presidente ser buscado em Assunção por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se reunir com Lula em Brasília. À época, Lugo foi muito criticado no seu país por aceitar viajar em um avião brasileiro.
Balmelli disse ainda que a intenção é comprar a aeronave para sete ou oito passageiros nos Estados Unidos, por um preço de cerca de US$ 4,5 milhões, pago em 120 vezes. "Estamos vendo preços pela internet", teria dito, segundo a imprensa paraguaia.
Na terça-feira, o diretor paraguaio havia expressado a intenção de comprar o avião com dinheiro de um fundo de Itaipu, Yaciretá (hidrelétrica partilhada com a Argentina) e outras instituições. Segundo ele, a diretoria paraguaia de Itaipu compraria um avião para ser usado também pelos funcionários da empresa. A diretoria brasileira não possui um avião; usa vôos comerciais ou ônibus. A assessoria de imprensa brasileira de Itaipu informou que a compra de um avião não tem sido objeto de discussão da diretoria binacional. Pelo regimento da hidrelétrica, o lado paraguaio não pode fazer nenhuma compra acima de US$ 50 mil sem o parecer da área jurídica e assinatura dos dois diretores. A reportagem procurou Balmelli, mas ele não foi encontrado.
O Paraguai teria outra opção, que seria pagar pelo avião com o dinheiro dos royalties ou da energia vendida ao Brasil, que é direcionado ao tesouro paraguaio. O Paraguai recebe por ano US$ 360 milhões em royalties de Itaipu.
Sucatão
A necessidade de comprar um avião para uso do governo paraguaio foi levantada pelo vice-presidente paraguaio, Federico Franco, depois de criticar a "carona" brasileira. Na ocasião, Lugo veio ao Brasil com uma agenda reivindicatória, pedindo a revisão da tarifa da energia que o Paraguai vende ao Brasil.
O Paraguai já possui um avião, um Boeing 707 comprado no governo de Juan Carlos Wasmosy (1993-1998), mas que hoje se encontra sucateado.
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