A diretora do jornal argentino Clarín, Ernestina Herrera de Noble, pediu à justiça o arquivamento do processo que investiga se seus filhos adotivos foram roubados durante a ditadura (1976-1983), depois de novos resultados negativos de exames.
A solicitação, apresentada sexta-feira, é baseada no resultado negativo dos últimos exames de DNA. Assim, Marcela e Felipe Noble "ficam excluídos de possuir vínculo biológico com os grupos familiares (de desaparecidos) que estão no Banco de Nacional de Dados Genéticos (BNDG)", afirma o jornal Clarín.
Esta foi a última série de perícias que comparou o DNA dos jovens com os de três famílias demandantes, depois com os dados genéticos de desaparecidos entre 1977 e 1979 e por fim com todos os dados em poder do BNDG, "incluindo os obtidos em 2011 e 2012", segundo o jornal.
"Não há mais comparações a fazer", disse o advogado da empresária, Gabriel Cavallo, para quem a causa, aberta em 2001, deve ser encerrada porque "os peritos já determinaram que nem Felipe nem Marcela são filhos de pessoas desaparecidas durante a ditadura".
A organização Avós da Praça de Maio considera que o BNDG está em construção permanente, pois muitas famílias de desaparecidos não sabem se suas filhas ou noras estavam grávidas no momento do desaparecimento.
A entidade acredita que quase 500 bebês foram roubados e entregues para adoção ilegal durante a ditadura, dos quais 107 recuperaram a identidade pelo trabalho da organização.
O resultado foi informado à juíza do processo, Sandra Arroyo, que deverá tomar uma decisão sobre o caso que provocou uma comoção política pelo confronto entre o governo de Cristina Kirchner e o grupo de imprensa liderado pelo Clarín, o maior do país.
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