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democracia

Diretores de ONGs venezuelanas vêm a São Paulo pedir eleições justas

Diretores de duas ONGs que lidam com liberdade de expressão e direitos humanos na Venezuela estiveram esta semana em São Paulo conversando com entidades locais, com o objetivo de pressionar por eleições legislativas justas no país.

Carlos Correa, da Espacio Publico, e Rafael Uzcategui, do Programa Venezuelano de Educação em Direitos Humanos (Provea), encontraram-se com colegas que lidam com a questão dos direitos humanos no Brasil. Tentaram, sem sucesso, audiência com integrantes do governo Dilma Rousseff.

“Eleições justas são eleições sem fraude. O objetivo da nossa viagem é que essas organizações nos ajudem a pressionar o governo de vocês para que observadores internacionais isentos possam viajar à Venezuela para avaliar as eleições de 6 de dezembro. Não acreditamos que a Unasul (única entidade que o governo Nicolás Maduro já autorizou a observar eleições) tenha experiência técnica para isso. Queríamos a presença da Organização dos Estados Americanos (OEA), ou mesmo da União Europeia”, disse Uzcategui.

Segundo os dois, a situação na Venezuela deteriorou-se nos últimos meses e a oposição pode ter ganho mais força e união com a recente sentença contra o líder opositor Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão por incitar protestos contra o governo em 2014.

“Além disso, há grupos de chavistas descontentes com Maduro, que estão tentando concorrer nas eleições por partidos fora da MUD (Mesa de Unidade Democrática, que agrupa partidos de oposição) e do PSUV de Maduro. Isso tudo, aliado à escassez, à redução dos programas sociais, à violência, à crise com a Colômbia... As chances de Maduro ter menos votos, e por isso, de fraudes, aumentam”, avalia Correa.

Os observadores internacionais, recomendam as ONGs, deveriam se reunir com todos esses grupos envolvidos na eleição.

Amanhã, dia 19, a oposição marcou uma manifestação nas ruas de Caracas contra a sentença dada a López. Correa salienta que os venezuelanos só puderam assistir ao julgamento do opositor, no último dia 11 de setembro, porque emissoras estrangeiras transmitiram.

“Não existe mais uma TV independente atuando no país. O governo Maduro prejudicou de vez a liberdade de expressão. O que queremos é que os vizinhos entendam que o que acontece na Venezuela afeta toda a região. Com a crise agora atingindo o Brasil, fica uma sensação de que não terminamos de aprender. Estamos regredindo a questões dos anos 70: inflação, instabilidade política”, opinou.

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