Shalomyah Bowers, dirigente do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras importam), foi denunciado por 26 ativistas do grupo na última quinta-feira (1) na Corte superior de Los Angeles, Estados Unidos.
O dirigente teria desviado 10 milhões de dólares (mais de 51 milhões de reais na cotação atual) de doações para construir seu gabinete, de acordo com o Los Angeles Times.
O conselho administrativo da organização negou que Bowers tenha cometido o crime. Em comunicado à imprensa, lamentou que “a supremacia branca seja a grande vencedora” dessa guerra interna.
Bowers foi contratado em 2020. Naquele ano, a instituição recebeu mais de 90 milhões de dólares em doações, após o assassinato de George Floyd.
"Enquanto os líderes e os trabalhadores do movimento estavam nas ruas arriscando suas vidas, o Sr. Bowers permaneceu em seus confortáveis escritórios planejando um esquema de fraude e deturpação para quebrar o contrato implícito entre doadores e o BLM”, alegam os denunciantes.
Em entrevista ao New York Post, Bowers diz que a denúncia foi feita por pessoas do movimento que queriam estar no cargo dele.
A cofundadora do movimento Patrisse Cullors também se envolveu em denúncias de desvio de doações. Entre 2016 e 2021, ela comprou quatro casas por um valor de quase 3 milhões de dólares. Essas aquisições imobiliárias alimentaram especulações sobre uma possível apropriação indébita de fundos para seu enriquecimento pessoal.
Ao Los Angeles Times, Cullors respondeu que o dinheiro dela vinha de lançamentos de livros e contratos de produção. O Black Lives Matter, em nota, disse que ela não recebia nenhum valor da organização desde 2019 e, de 2013 a 2019, ela só teria ganhado 120 mil dólares pelos trabalhos como porta-voz do movimento e outros projetos de educação política.