O governo rebelde da Líbia pretende retomar em duas semanas a exportação de petróleo, levando cerca de um ano para voltar ao volume pleno, disse um dirigente na quinta-feira à Reuters.
Ali Tarhouni, encarregado de questões financeiras e petrolíferas, concedeu entrevista na sede do Ministério do Petróleo, em Trípoli. Foi a primeira vez que um funcionário da Autoridade Nacional de Transição foi visto na capital assumindo as rédeas do governo, quatro dias depois de combatentes rebeldes ocuparem a cidade para derrubar o regime de Muamar Kadafi.
"A estimativa inicial da CNP (Corporação Nacional do Petróleo) é que poderemos ter cerca de 500 a 600 mil barris dentro de duas a três semanas. E então elevaremos isso gradualmente até o normal, que é de 1,6 (milhão de barris). Minha expectativa é de que isso aconteça em mais ou menos um ano", disse Tarhouni.
Na maioria dos campos petrolíferos líbios, a guerra civil causou danos mínimos, segundo ele.
"O estado dos campos petrolíferos é bem melhor do que o esperado", afirmou. "A maior parte dos campos está 90 por cento bem."
Ele acrescentou que a Líbia honrará seus contratos com empresas petrolíferas estrangeiras. Questionado sobre a possibilidade de retaliação a empresas de países que não apoiaram os rebeldes - caso da brasileira Petrobras -, ele disse: "Não que eu saiba".
"Temos contratos com a maioria das empresas estrangeiras - Wintershall, Shell, Repsol, Eni. Não assinamos nenhum novo contrato. São contratos pré-revolução. Vamos mantê-los."
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