O ônibus espacial Discovery atracou na Estação Espacial Internacional (ISS), na quinta-feira, em meio a uma missão encarregada de preparar o entreposto para receber novos laboratórios da Europa e do Japão.
Com a comandante do ônibus, Pamela Melroy, nos controles, o Discovery aproximou-se da estação, em órbita da Terra a uma altura de mais de 320 quilômetros, e conectou-se a uma área de acoplagem às 10h40 (horário de Brasília).
Seguindo uma tradição naval observada na estação, a comandante Peggy Whitson fez soar um sino de navio existente dentro da ISS, dando assim as boas-vindas ao Discovery.
- Discovery aproximando-se - afirmou.
Os três tripulantes da estação cumprimentariam os sete astronautas do ônibus quando estes abrissem as escotilhas, ligando as duas espaçonaves.
Whitson é a primeira mulher a comandar a ISS e Melroy, a segunda a comandar um ônibus espacial, depois da astronauta hoje aposentada Eileen Collins.
O engate do Discovery com a ISS completa a viagem de dois dias do ônibus espacial, lançado do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, na terça-feira.
A bordo dele está o módulo de construção italiana Harmony, um cilindro de 7 metros a ser instalado na estação para servir como ponto de acoplagem para os módulos Columbus, da Europa, e Kibo, do Japão.
O Columbus será levado para a estação de 100 bilhões de dólares por um ônibus espacial a ser lançado em dezembro. O Kibo deve subir a partir do começo de 2008.
A outra tarefa importante a ser realizada pela tripulação do Discovery será mudar de posição uma unidade de baterias solares de 18 toneladas, colocando-a em um novo ponto da estrutura principal da ISS.
Os astronautas do ônibus sairão ao espaço cinco vezes durante sua permanência na estação, permanência essa que deve concluir-se no dia 4 de novembro, dois dias antes de a espaçonave regressar à Flórida.
Uma das saídas ao espaço servirá para testar uma técnica de conserto do escudo antitérmico dos ônibus espaciais quando em órbita.
Na quarta-feira, a Nasa disse que os escudos antitérmicos do nariz e das asas do Discovery pareciam estar em boas condições depois de realizadas inspeções minuciosas com sensores carregados por braços robóticos.
Antes do lançamento, os técnicos mostraram-se preocupados com um pequeno desgaste em parte do estudo. Mas os gerentes da Nasa decidiram que o problema não representava uma ameaça e ordenaram o prosseguimento da missão.
Inspeções de segurança tornaram-se um procedimento de rotina depois de o Columbia ter se despedaçado ao reentrar na atmosfera terrestre, em 2003.
Os técnicos atribuíram aquele acidente a um buraco no escudo antitérmico da asa provocado por um pedaço da aeronave que tinha se soltado. O buraco passou então despercebido.
As imagens do lançamento de terça-feira mostraram vários fragmentos da espuma de isolamento soltando-se do tanque do Discovery. Mas, segundo se acredita, nenhum teria sido grande o suficiente para danificar o escudo antitérmico.
A Nasa (agência espacial dos EUA) tenta concluir a montagem da ISS antes de 2010, quando aposentará sua frota de ônibus espaciais.