Washington Embora não tenham aberto champanhe para comemorar, os engenheiros da agência espacial norte-americana, a Nasa, se sentiram vitoriosos e tiraram um peso das costas quando o ônibus espacial Discovery pousou ontem na Terra (às 10h14 de Brasília), depois de 14 dias no espaço. Felizmente, o temor de que a tragédia do Columbia que explodiu ao voltar à Terra em 1.º de fevereiro de 2003 não ocorreu. Os seis astronautas a bordo do Discovery deixaram três colegas na Estação Espacial Internacional (EEI).
Com a confiança renovada, a Nasa ensaia os próximos passos da exploração espacial. O programa da agência, que foi elaborado em cooperação com mais de uma dezena de países como Rússia, Alemanha e Japão, é tão ambicioso como nenhum outro projeto de construção realizado antes no espaço. Nos próximos 18 meses, a EEI será praticamente duplicada.
"A estação espacial será o primeiro objeto realizado pelo ser humano que poderá ser visto no céu a plena luz do dia", disse o diretor de vôo Paul Hill em declarações ao jornal Washington Post.
Está prevista a intalação de quatro painéis solares em vez de um para ter a energia suficiente para o seu funcionamento. O espaço em que os que fazem visitas longas vão viver será ampliado. Além disso, serão modificados a instalação do ar condicionado e o fornecimento elétrico.
Uma investigação do acidente mostrou que as autoridades durante anos correram enormes riscos. Era a segunda perda de uma nave espacial. Em 1986, o "Challenger" explodiu depois da decolagem.
A NASA investiu mais de um bilhão de dólares em modificações de desenho e em novas medidas de segurança. Com sua visão exposta há dois anos e meio, Bush queria abrir um capítulo completamente novo na história da exploração espacial estado-unidense. Mas o longo projeto da ISS com numerosos sócios internacionais se encaixa poucos em seus planos. "Imaginem que em 2020 ou em 2040, outro país ou outra aliança pode voar à lua ou a Marte e os Estados Unidos, não", disse Griffin em abril passado quando se dirigia ao senado dos EUA. "Seria então imaginável que os Estados Unidos fossem visto como uma nação pioneira? Se não fosse assim, quais seriam as conseqüências para o equilíbrio estratégico de poder e para a economia global?", acrescentou.