Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, se preparava na noite de ontem para propor congelamento parcial de cinco anos em gastos públicos e focar na geração de empregos no discurso sobre o Estado da União, um dos mais importantes do calendário político do país.
Ele também deveria anunciar oficialmente viagem pela América Latina que inclui passagem pelo Brasil em março. O discurso começaria às 0h de Brasília, após o fechamento desta edição.
A expectativa era de um grande desafio para o presidente: defender novos investimentos em inovação, educação e infraestrutura como forma de aumentar a competitividade enquanto exorta redução nos gastos federais totais.
Segundo funcionários do governo que discutiram o discurso com a imprensa durante a tarde de ontem, Obama iria propor uma extensão por mais dois anos para os três anos de congelamento de gastos discricionários (excluindo-se a área de segurança) que ele sugeriu em 2010. Separadamente, o presidente também pediria cortes de US$ 78 bilhões em gastos militares.
O prolongamento economizaria estimados US$ 350 bilhões até o ano fiscal de 2015 com o objetivo de diminuir o déficit federal.
Além de esse ser um dos temas que dominarão os próximos dois anos do mandato da atual Casa Branca, há forte pressão para frear o déficit por parte da oposição, que inaugurou o novo Congresso neste mês controlando a Câmara dos Representantes.
Mas a proposta de congelamento não deve ser suficiente para a oposição. Áreas que ficam de fora incluem, além da Defesa, categorias como serviços públicos de saúde e seguridade social, maiores fatias dos gastos públicos. A proposta afeta efetivamente cerca de um sétimo dos gastos.
Além disso, o discurso deveria se focar em política doméstica, tocando brevemente em temas como a guerra do Afeganistão e outros assuntos de segurança internacional.
O discurso daria ao presidente uma oportunidade para reapresentar seu governo às vésperas do início das campanhas para presidente de 2012.
Sua popularidade sofreu revitalização nos últimos meses e subiu depois da reação elogiada e pró-união do país após o ataque que matou seis e feriu, entre outros, uma deputada democrata em Tucson, no Arizona.
Em sinal de esforço para superar divisões, políticos planejavam romper com a tradição e se sentar misturados no Congresso, sem áreas separadas para republicanos e democratas.