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Eleições nos EUA

Em discurso, Trump ataca Biden e diz que a escolha é entre ele e os extremistas de esquerda

Para Trump, o adversário Joe Biden é uma marionete na mão dos extremistas e uma pessoa que "sempre esteve do lado errado da história". (Foto: Reprodução/ YouTube)

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“A escolha de 2020 é bem simples: vocês querem se curvar aos arruaceiros da esquerda ou querem continuar sentindo orgulho de serem norte-americanos?”. A pergunta do presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição pelo Partido Republicano, Donald Trump, resume o que foi o comício realizado na noite de sábado (20), em Tulsa, Oklahoma. Esse foi um dos pontos altos do discurso de 1h40, feito para uma plateia reduzida devido aos temores de um surto de coronavírus na cidade.

O aguardado discurso de Trump começou com críticas à imprensa que, numa visita recente do presidente à Academia Militar de West Point, preferiu se ater ao tombo que o presidente quase levou ao descer uma rampa escorregadia, em vez de falar de seu discurso. Ele também rebateu as especulações de que estaria com Parkinson por ter usado as duas mãos para beber um copo d´água. “Eu estava com o braço doendo por saudar 600 cadetes e não queria molhar a gravata de seda”, explicou. Depois, bebeu um copo d’água com apenas uma das mãos e emendou: “Não tem nada de errado comigo. Mas tem algo de muito errado com [Joe] Biden”.

Em seguida, Trump começou a falar dos protestos violentos que culminaram com a destruição de estátuas de figuras históricas como Thomas Jefferson e Cristóvão Colombo. “São do Partido Democrata, todas essas pessoas são do Partido Democrata”, disse. Trump criticou ainda a liberdade de expressão irrestrita dos Estados Unidos dizendo que o país deveria ter uma legislação na qual a pessoa que queimasse a bandeira norte-americana estaria sujeita à prisão.

Sobre a chamada Zona Autônoma de Capitol Hill (CHAZ, na sigla em inglês), uma área de seis quarteirões tomada por anarquistas em Seattle, Trump disse que está só esperando uma ligação do governador de Washington, o democrata Jay Inslee, para resolver o problema. “Me ligue, mal posso esperar por sua ligação. Me ligue e dentro de uma hora estará tudo resolvido”, disse Trump. Logo em seguida, atacou o silêncio do seu oponente Joe Biden, que teria se rendido à ala extremista do Partido Democrata. “Se Biden for eleito, ele entregará seu país a esses arruaceiros”, disse.

Marionete na mão de extremistas

Os ataques a Biden continuaram, como era de se esperar. “Biden nem sabe o que está fazendo. Ele é uma marionete na mão dos extremistas de esquerda”, disse Trump. Ao falar dos indicadores econômicos que começam a melhorar depois do fechamento quase total da economia por causa do coronavírus, Trump garantiu que “ano que vem, se não fizermos nenhuma besteira em novembro, a economia será a melhor de todos os tempos”.

Trump, então, mudou radicalmente de assunto para falar sobre a retirada das tropas norte-americanas da Alemanha. Elogiando a capacidade de negociação da chanceler Angela Merkel, ele explicou que não fazia sentindo manter tropas americanas na Europa para proteger a Alemanha da Rússia, sendo que a Alemanha paga à Rússia “bilhões e bilhões de dólares” por combustível. “Não podemos deixar que tantos países se aproveitem de nós”, disse.

Incansável nos ataques aos adversários, Trump disse que os progressistas querem limitar a liberdade de pensamento das pessoas, mas são incapazes de condenar os protestos violentos que sacudiram o país recentemente. Nancy Pelosi foi retratada por Trump como defensora de bandidos violentos que querem entrar nos Estados Unidos como imigrantes ilegais. “São bandidos que mataram duas pessoas cortando-as em pedacinhos, porque era uma morte mais sofrida, demorava mais. Eu disse que eram ‘animais’. E o que Nancy Pelosi disse? Que são ‘seres humanos, não animais’”. Indignado, Trump foi enfático: “Se eu perder a eleição por causa disso, sabe de uma coisa? Esse país vai ter problemas”.

"Sempre do lado errado da história"

Quase uma hora de discurso tinha se passado, mas Trump ainda não estava cansado de atacar o adversário do Partido Democrata. “Biden está sempre do lado errado da história. Ele nunca tomou uma decisão correta em termos de política externa”, disse. “Biden sempre ficou ao lado da China. Por isso a China quer que eu perca. Se eu perder, a China vai tomar conta dos Estados Unidos”, completou, insinuando também que o Irã tem interesse na eleição de Biden.

Depois de prometer fazer indicações de juízes conservadores para a Suprema Corte, Trump aumentou o tom contra a esquerda radical explicitamente socialista. “Ela [a deputada Ilhan Omar] quer transformar o governo do nosso país na Somália, sem governo, sem segurança, sem polícia, sem nada, só anarquia”, disse.

Trump tampouco poupou o ex-presidente Barack Obama, que teria prejudicado os negros norte-americanos ao transferir milhares de postos de trabalhos para o exterior.

Já no final do discurso, Trump ressaltou que o coronavírus deveria ter sido contido ainda na China, mas que o golpe causado pela doença na economia norte-americana e mundial não foi fatal. “Vamos nos recuperar. O melhor ainda está por vir”, concluiu ele.

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