
Políticos da Europa se manifestaram contra e a favor do discurso do vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, que nesta sexta-feira (14), na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, disse que o continente vive um “retrocesso da liberdade de expressão” e que, mais do que a Rússia e a China, ele teme um “inimigo interno” europeu.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, chamou o discurso de Vance de “inaceitável”. “Se eu entendi direito, ele comparou as condições em partes da Europa com as de regimes autoritários. Isso é inaceitável”, disse Pistorius, num evento separado, segundo informações da CNN.
“Eu me oponho fortemente à impressão que o vice-presidente Vance criou de que as minorias estão sendo reprimidas ou silenciadas na nossa democracia”, afirmou o ministro.
No Reino Unido, o porta-voz de relações exteriores do Partido Liberal Democrata, Calum Miller, criticou Vance em entrevista ao jornal The Independent.
“O Reino Unido não aceitará sermões sobre liberdades políticas do acólito de um presidente que tentou minar a democracia americana e agora elogia [o ditador russo, Vladimir] Putin. O povo britânico não será engando por essa hipocrisia”, afirmou.
Por outro lado, em entrevista ao canal Talk TV, Ben Habib, ex-deputado do Parlamento Europeu e ex-integrante do partido de direita nacionalista Reforma Unido, elogiou os comentários de Vance sobre o “retrocesso da liberdade de expressão” na Europa.
“Se você não tem permissão para ofender os outros por meio da manifestação das suas opiniões, por mais terríveis que sejam, esse é o fim da democracia”, alegou.
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