A Walt Disney World apresentou um processo nesta quarta-feira (26) contra o governador do estado americano da Flórida, o republicano Ron DeSantis, por considerar que está sendo vítima de “uma campanha orquestrada”, que representa uma “ameaça” para suas operações comerciais e seu futuro econômico na região.
A gigante do entretenimento também alega que essa suposta campanha de DeSantis “viola seus direitos constitucionais”, de acordo com o texto do processo.
A ação é apresentada dois meses depois que o Congresso da Flórida, a pedido do governador, aprovou uma lei destituindo os parques da Disney em Orlando de seu regime de autogovernança, depois que o grupo questionou outra lei do estado também promovida por DeSantis que proíbe falar sobre identidade de gênero e orientação sexual nas escolas.
À época, um comunicado do governo da Flórida apontou que “esta legislação põe fim ao estatuto de autonomia da Disney, faz com que a Disney viva sob as mesmas leis que todos os outros e assegura que a Disney pague as suas dívidas e uma parte justa dos impostos”.
A Disney usou no processo os termos “punição” e “retaliação” para descrever as ações de DeSantis, que está visitando Israel nesta quarta-feira.
O confronto se intensificou quando foi divulgado que, antes de perder a autogovernança de seus parques na Flórida, a Disney assinou acordos com os supervisores estaduais anteriores que praticamente deixam sem ação a nova junta supervisora indicada por DeSantis.
O governador respondeu dizendo que o Congresso da Flórida tem autoridade para revogar acordos e que um projeto de lei está em andamento para anular os acordos de última hora entre a Disney e o Distrito de Melhorias de Reedy Creek.
De acordo com a emissora de televisão local WESH 2, de Orlando, onde estão localizados os parques temáticos da Disney, os membros da junta supervisora criada por DeSantis se reuniram e votaram nesta quarta-feira para invalidar a série de acordos que a Disney fez com a Reedy Creek no início deste ano.
Em comunicado, o secretário de comunicação de DeSantis, Jeremy Redfern, criticou a decisão da empresa de processar o governador da Flórida.
“Não temos conhecimento de nenhum direito legal que uma empresa tenha para operar sua própria governança ou manter privilégios especiais não detidos por nenhuma outra empresa no estado”, afirmou Redfern.
“Este processo é mais um exemplo infeliz da esperança [da Disney] de minar a vontade dos eleitores da Flórida e operar fora dos limites da lei”, acrescentou o secretário.
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