McCain (esq.) e Obama vão precisar do "mapa dos EUA" para a reta final da corrida presidencial: estratégia eleitoral para conquistar votos em quatro grandes Estados| Foto: Mike Stone / Rick Wilking / Reuters

A recente ascensão do candidato republicano John McCain nas pesquisas de opinião restaurou aspectos tradicionais de uma eleição presidencial que antes parecia destinada a redesenhar o mapa político dos EUA, e que agora recoloca Estados estratégicos como Ohio e Michigan no centro da questão.

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McCain melhorou nas últimas semanas seus índices em vários Estados que serão decisivos para a disputa de 4 de novembro e barrou as ambições do rival democrata Barack Obama em Estados tradicionalmente republicanos, como Geórgia, Montana e Indiana.

Por isso, a eleição deve ser decidida nos mesmos Estados que deram a vitória ao republicano George W. Bush contra o democrata John Kerry em 2004.

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"Na maioria desses Estados os prognósticos ainda são apertados e competitivos, mas o mapa está começando a se parecer muito com o de 2004", disse o estatístico John Zogby.

Quatro grandes Estados estratégicos - Ohio, Flórida (vencidos por Bush em 2004), Pensilvânia e Michigan (onde deu Kerry) - serão os principais alvos de Obama e McCain nas próximas sete semanas.

New Hampshire, Virginia, Nevada, Colorado e Novo México também devem receber bastante atenção. Em 2004, Bush venceu em todos eles, menos em New Hampshire, e apenas na Virgínia e no Colorado a disputa não foi equilibrada.

Outros Estados, como Wisconsin, Minnesota e Missouri, também podem ganhar importância até novembro. Pelo sistema norte-americano, um candidato precisa ter 270 votos do colégio eleitoral para se sagrar presidente. Em geral, o vencedor fica com todos os votos do colégio eleitoral em cada Estado - daí a importância de campanhas regionais para fechar a conta.

Em nível nacional, McCain e Obama estão em situação de empate técnico segundo a maioria das pesquisas. O republicano conseguiu reduzir a vantagem do rival em Michigan e na Pensilvânia, e ampliou sua liderança na Flórida e no Missouri.

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McCain ainda tem uma ligeira vantagem em Ohio, que pode novamente ser o Estado decisivo na eleição, a exemplo do que já aconteceu em 2004, quando Bush obteve ali uma apertada vitória sobre Kerry.

"McCain provavelmente não consegue ganhar sem Ohio, e Obama não consegue ganhar sem a Pensilvânia", disse Peter Brown, diretor-assistente do instituto Quinnipiac Poll.

Obama esperava que uma onda nacional de alistamento eleitoral de democratas, junto com um comparecimento recorde de negros e jovens, lhe ajudaria em Estados tradicionalmente republicanos, como Geórgia, Dakota do Norte, Montana e Indiana. Mas agora sua vitória nesses lugares parece cada vez mais improvável.

Mas o senador democrata ainda tem boas chances de conquistar Estados vencidos por Bush em 2004, especialmente Iowa, onde Obama iniciou sua vitoriosa campanha das primárias democratas, enquanto McCain ficou apenas em quarto lugar entre os republicanos.

Duelo no oeste dos EUA

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Os dois candidatos também estão virtualmente empatados em Novo México, Colorado e Nevada, três Estados onde o crescimento da população hispânica favorece os democratas.

Juntos, porém, esses três Estados somam apenas 19 votos no colégio eleitoral - menos que Ohio - e ainda por cima podem sentir uma afinidade pela chapa republicana, formada por políticos do oeste dos EUA (McCain é do Arizona, e sua vice, Sarah Palin, é do Alasca).

"Nos Estados do Oeste, há uma vantagem cultural para McCain e Palin que poderia fazer diferença numa eleição apertada", disse Brown. "E é uma questão em aberto quantos novos eleitores hispânicos haverá."

Obama, que tenta se tornar o primeiro presidente negro dos EUA, espera também vencer na Virgínia, um Estado sulista que não escolhe um democrata em eleições presidenciais desde 1964.

Mas o Estado tem se voltado para os democratas nas últimas eleições, graças ao crescimento dos subúrbios ao norte, já nos arredores de Washington, que agora concentram um terço dos eleitores. McCain solidificou sua liderança nas últimas semanas na Virgínia, mas Obama não poupa esforços para conquistar os 13 votos do Estado no colégio.

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Por outro lado, o democrata tem dificuldades para repetir na Flórida o desempenho de Kerry em 2004 (derrotado por 5 pontos percentuais) e de Al Gore em 2000 (perdeu para Bush por somente 537 votos).

McCain, ex-prisioneiro de guerra no Vietnã, aposta na sua baixa rejeição entre eleitores independentes e das dificuldades de Obama junto a eleitores brancos proletários para conquistar Estados operários, como Michigan e Pensilvânia.

"A fraqueza de Obama com eleitores brancos da classe trabalhadora é a razão que coloca Michigan no jogo. Nesse tipo de economia, com um presidente republicano com esse tipo de impopularidade (como Bush), o candidato democrata não deveria estar se preocupando com Michigan. E está", disse Brown.