Li Wangyang, um dissidente chinês preso pelos protestos na Praça da Paz Celestial em 1989 foi encontrado morto em um quarto de hospital na cidade de Shaoyang, na província de Hunan, nesta quarta-feira (6).

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Li foi encontrado por sua irmã e seu cunhado aparentemente enforcado por uma bandagem que estava ao redor de seu pescoço. A direção do hospital e autoridades de segurança afirmaram que ele cometeu suicídio.

Entretanto, sua família não acredita na versão e afirma que as circunstâncias de sua morte são suspeitas. Uma fotografia tirada pela família mostra o corpo pendurado, mas com os dois pés no chão.

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"Ele foi prisioneiro por mais de 20 anos e não morreu", afirmou sua irmã à TV à cabo de Hong Kong. "Mas, então, este foi o resultado."

Na semana passada, Li afirmou que nunca se arrependeu da sua luta por justiça durante uma entrevista na TV. "O incidente de quatro de junho deve ser oficialmente justificado. As almas dos mártires devem encontrar finalmente alguma paz", disse, em referência aos protestos na Praça Tiananmen.

Grupos como o Centro de Informações para Direitos Humanos e o Democracia na China disseram, em comunicado, que agentes de segurança podem ter forjado um suicídio após espancá-lo. "Nunca senti que ele queria se matar", afirmou Yin Zhengan, amigo de Li.

Lee Cheuk-yan, advogado e ativista que mora em Hong Kong, conversou com a família do dissidente após sua morte e afirma que ele era constantemente vigiado por guardas, que poderiam facilmente evitar uma tentativa de suicídio. "As circunstâncias são muito suspeitas", disse Lee.

Li Wangyang foi um ativista trabalhista na cidade de Shaoyang e, por causa de seu trabalho durante os protestos pró-democracia de 1989, ficou preso por 22 anos. As acusações contra ele incluíam a realização de propaganda contrarrevolucionária e incitação.

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No ano passado, ele foi libertado e estava sendo tratado de vários males no hospital, inclusive problemas nos olhos e ouvidos. Nesta quarta-feira, um grupo de ativistas de Hong Kong fez um protesto para pedir a abertura de uma investigação sobre a morte de Li e a realização de uma autópsia, já que sua família foi proibida de examinar o corpo.