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Luto

Dissidente cubano Oscar Espinosa Chepe morre aos 72 anos

Oscar Manuel Espinosa Chepe, um economista dissidente cubano cuja obra foi censurada pelo governo, morreu nesta segunda-feira (23) na Espanha, aos 72 anos, após lutar contra doença crônica no fígado e câncer, informou a esposa dele no Facebook.

Espinosa, um homem de fala mansa conhecido por amigos e colegas como Chepe, foi um dos 75 dissidentes condenados a longas penas de prisão em abril de 2003 numa repressão contra a oposição, e nomeado um prisioneiro de consciência pela Anistia Internacional.

A saúde de Espinosa rapidamente se deteriorou na prisão e ele foi libertado por razões médica em novembro de 2004. Hospitalizado várias vezes nos últimos anos, viajou em março à Espanha para ser submetido a tratamento, após o governo espanhol ter intercedido a favor dele.

Espinosa sofria de doenças do fígado há mais de 20 anos, e mais recentemente de câncer.

O economista escreveu uma série de artigos criticando a política econômica de Cuba antes e depois de sua prisão. Ele escreveu dois livros nos últimos anos e era considerado uma importante fonte de informação por acadêmicos e especialistas cubanos no exterior, embora seu trabalho tenha sido censurado em Cuba.

"Oscar foi um dos economistas melhor informados e corajosos de Cuba", disse o economista cubano-americano Carmelo Mesa-Lago, professor emérito da Universidade de Pittsburgh. "Sua obra, sempre totalmente documentada, atual, objetiva, perspicaz e analítica, foi influente e abundantemente citada em meu próprio trabalho."

"Ele sacrificou sua saúde e sua vida por Cuba", acrescentou.

Espinosa atuou na década de 1960 no comitê consultivo econômico do então primeiro-ministro Fidel Castro, antes de ser enviado em 1970 a Belgrado, onde coordenou cooperação econômica entre Cuba e Hungria, bem como com a ex-Tchecoslováquia e a ex-Iugoslávia por mais de uma década.

Espinosa voltou a Cuba em 1980 e trabalhou no banco central, até ser demitido em 1996 por causa de suas divergências com a política econômica.

Ele costumava reclamar de constante vigilância dos agentes de segurança cubanos do lado de fora de sua apertada residência de um quarto em Havana, onde recebia convidados em uma pequena sala com as paredes ocupadas por livros de um lado ao outro.

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