O jornalista oposicionista cubano Guillermo Fariñas, que está em greve de fome há 15 dias, sofreu um desmaio ontem e deu entrada no hospital da província de Santa Clara, de acordo com sua porta-voz, Licet Zamora. Fariñas "perdeu os sentidos (às 14 h locais, 16 h de Brasília) e foi levado de carro" para o hospital provincial Arnaldo Milián, onde deu entrada na unidade de tratamento intensivo, disse Zamora. O dissidente está acompanhado de seu médico pessoal, Ismel Iglesias, segundo quem o desmaio resultou de um "choque hipoglicêmico", semelhante ao que sofreu no dia 3 de março.
A blogueira cubana Yoani Sánchez disse em sua página no Twitter que ela e um grupo de blogueiros estava a caminho da província de Santa Clara para tentar dissuadir Fariñas de sua greve de fome quando receberam a notícia do desmaio por mensagem de texto de celular. Eles seguiram para o hospital. Segundo ela, Fariñas permanecia na UTI até a noite de ontem.
"Delinquentes"
A pediatra cubana Aleida Guevara March, filha do líder revolucionário Ernesto Che Guevara, afirmou ontem em Salvador que os dissidentes políticos detidos em Cuba que fazem greve de fome são "delinquentes comuns e criticou os grupos de direitos humanos que pedem a libertação deles.
As críticas de Aleida foram feitas em palestra promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) num auditório da Universidade Federal da Bahia.
Para a pediatra, os grevistas são "personagens criados pela mídia para caluniar Cuba e recebem dinheiro de empresários dos EUA e da Europa que são "contrários à Revolução Cubana.
"Normalmente um preso faz greve de fome para conseguir sua liberdade. Mas este queria TV, telefone e cozinha. Isso é absurdo, ele deveria ter sido tratado por psiquiatras. Não era um preso político, disse ela, em referência a Orlando Zapata Tamayo, que morreu em fevereiro após 85 dias de greve de fome.
Aleida também reclamou de grupos de defesa dos direitos humanos que demandam a libertação de quase 30 oposicionistas reivindicação de Guillermo Fariñas. Ela citou o caso de uma epidemia de dengue na década de 1980 que matou 101 crianças em Cuba, que, segundo ela, foi causada por agentes da CIA (inteligência dos EUA).
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