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Weiwei mostra camiseta com a palavra “desaparecido”, em crítica ao governo chinês | David Gray/Reuters
Weiwei mostra camiseta com a palavra “desaparecido”, em crítica ao governo chinês| Foto: David Gray/Reuters

O artista e ativista Ai Weiwei dis­­se ontem que sua detenção de 81 dias e o conflito com as autoridades por suposta sonegação de im­­postos são exemplos de incontáveis outros casos menos conhecidos de pessoas detidas nas prisões e nos campos de trabalho forçado na China.

Pela primeira vez desde que foi libertado de uma detenção secreta no final de junho, Ai se encontrou publicamente com autoridades nesta ontem, na Re­­ceita Federal em Pequim. As au­­to­­ridades aprovaram seu pa­­ga­­mento de 8,45 milhões de iuanes (US$ 1,3 milhão) – montante que ele juntou por meio de doações de dezenas de simpatizantes –, permitindo a ele acesso a uma revisão administrativa pe­­las acusações de sonegação de im­­postos.

Rodeado de jornalistas em fren­­te da Receita, Ai disse que au­­to­­ridades fiscais lhe disseram que vão "conduzir com cuidado" a revisão administrativa, na qual uma comissão reexaminará o mé­­rito de uma decisão de multar o artista em 15 milhões de iuanes. "Estou me manifestando, não por mim, mas por aqueles que não têm voz", disse Ai, de 54 anos.

Grupos defensores dos direitos humanos dizem que a polícia e as agências de segurança chinesas prenderam ou colocaram centenas de dissidentes, ativistas e manifestantes em confinamen­­to extrajudicial secreto desde fevereiro, refletindo o temor do governo de que as revoltas que se espalharam pelo mundo árabe inspirem protestos contra o go­­verno na China.

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